GÉSSICA BRANDINO E MAUREN LUC

SÃO PAULO, SP, E CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – No primeiro ato de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba, a memória da prisão do petista na capital paranaense marcou os discursos, neste sábado (17), em um clima de triunfo entre os militantes.

O evento ocupou quatro quadras na Boca Maldita, no centro da cidade, e teve forte esquema de segurança. Todos os participantes passaram por revista e as ruas laterais foram fechadas para o trânsito.

Ao final do discurso, com seguranças em seu entorno, Lula desceu para cumprimentar o público.

“Tem gente que pensa que eu fiquei com ódio de Curitiba, porque eu fiquei preso aqui. Se vocês soubessem, a cadeia me fez aprender a amar Curitiba, porque foi ali na cadeia que eu conheci a Janja e foi aqui que nós decidimos nos casar. Tenho muito carinho por homens e mulheres dessa cidade, desse estado, que ficaram 580 dias pedindo a minha liberdade.”

Em uma fala crítica à Lava Jato, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o comício simbolizava a redenção de Lula.

“Esse é o seu retorno a Curitiba no braço do povo. É a redenção, a vitória da nossa luta sob 580 dias de injustiça sobre a sua perseguição. Curitiba te recebe com o povo nesse local que é o local em que nós sempre fizemos política, lutamos pela democracia e vencemos aqui tantas vezes”, disse.

Gleisi também atacou a candidatura do ex-juiz Sergio Moro, que disputa o Senado pelo Paraná. “Curitiba não é uma república. Nunca foi. E é essa capital do Paraná que vai dar a maior derrota para Sergio Moro. Nós temos um compromisso aqui com a Rosane [candidata do PT ao Senado]. O compromisso aqui é de derrotar Sergio Moro nas urnas. Não será senador do Paraná. Não será!”

A referência à prisão também marcou o tom de abertura da fala da ex-presidente Dilma Rousseff, que relembrou a saudação que militantes faziam ao ex-presidente no período de prisão.

“Agora é a vez da gente dizer bom dia, Curitiba, porque vocês disseram ‘bom dia, presidente Lula’ e todo o Brasil escutava este som de liberdade que saía aqui de Curitiba”, disse.

Lula discursou logo após uma fala repleta de afagos de Roberto Requião, candidato do PT ao Governo do Paraná, já governado por ele por três vezes.

O presidenciável destacou políticas de seus governos para a educação, chamando atenção para a redução do aprendizado na educação básica durante a pandemia, conforme dados do Ideb divulgados nesta sexta-feira (16).

Assim como havia acontecido na véspera, no ato em Porto Alegre, acenos para as mulheres, decisivas para a vitória nas urnas, se repetiram no palanque, assim como os apelos para que a militância do partido se engaje para obter a vitória no primeiro turno.

Bolsonaro enfrenta rejeição das mulheres. Entre elas, Lula tem 46% das intenções de voto, enquanto o presidente registra 29%, conforme pesquisa Datafolha divulgada na quinta (15).

Foto: Ricardo Stuckert
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