Balões pretos amarrados no cercado que separa o calçadão da zona de restinga espalhados por um longo trecho da área central de Guriri chamaram a atenção de quem passou pelo local na manhã desta quarta-feira (12). O ato, com concentração defronte à Capelinha, foi organizado pelo Coletivo Belas, de mulheres de São Mateus, a partir do convite de Alessandra Marcelino Ferreira, mãe de Ana Luísa Marcelino Ferreira da Silva, que morreu há exato um ano após dar entrada no Hospital Roberto Silvares.  

Para lembrar os 365 dias da morte de Ana Luísa, foi realizado um culto ecumênico presidido pelo pastor Milton, da Igreja Batista de Guriri, além de apresentação do grupo de louvor da igreja. 

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, Alessandra frisou que os balões pretos foram usados para simbolizar o luto dela. Segundo ela, o objetivo é chamar a atenção das autoridades e da sociedade para o caso da filha. Ela frisa ainda que há um ano busca respostas junto aos responsáveis sobre a morte de Ana Luísa.  

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“A gente precisa que os órgãos competentes nos respondam para que os responsáveis [pela morte] sejam punidos. Desde o início eu percebi que havia alguma coisa errada. Nunca aceitei a morte da minha filha, eu não aceito a partida precoce da minha filha” – disse. 

De acordo com Alessandra, após um movimento no pátio do Hospital Roberto Silvares, em setembro de 2020 –onde Ana Luísa faleceu– ela se reuniu duas vezes com a direção do hospital que garantiu que uma sindicância seria aberta para apurar o caso.  

Ela disse que um documento, com mais de três mil assinaturas, foi protocolado no hospital exigindo respostas. “O documento tem data do dia 27 de setembro e até hoje não emitiram nenhuma nota, nenhum telefone, e-mail, nada. Inclusive hoje a gente vai reiterar o pedido, protocolar novamente outro pedido para exigir respostas” – argumenta. 

ANDAMENTO DAS APURAÇÕES 

Alessandra afirma que tem poucas informações sobre o andamento do caso, mas sabe que a polícia está investigando e ainda não finalizou o inquérito, porque, segundo ela, o laudo com a causa da morte da filha teria sido fraudado. Para a mãe, isso dificulta as investigações. 

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Mesmo ansiosa para esclarecer a morte da filha, Alessandra reconhece o trabalho realizado pela polícia. “O delegado está bem empenhado, me atendeu, continua com as investigações”.  

“Do hospital [Roberto Silvares], até então, não temos resposta, se abriu ou não a sindicância, se averiguou o que aconteceu naquela noite, se ouviram os funcionários. A gente não tem esse tipo de reposta. E é isso que estamos buscando incessantemente”. 

 

POLÍCIA CIVIL 

Em resposta, a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil afirmou que inquérito policial que investiga o caso está em andamento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Mateus. “Como todo Inquérito Policial, tem caráter sigiloso e, por este motivo, detalhes da investigação não serão divulgados, por enquanto”. 

 

SESA 

Também em Resposta, a Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual da Saúde afirma que a direção do Hospital Roberto Arnizaut Silvares informa que foi aberto um procedimento administrativo de sindicância para apurar os fatos.  

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“Esclarece que todas as informações levantadas sobre o caso foram passadas para as polícias Civil e Federal, se colocando à disposição para esclarecimentos necessários”. 

 

Falso médico acusado de crime semelhante na Bahia 

 

De acordo com Alessandra, o médico, suspeito de ser o responsável pela morte de Ana Luísa, foi preso pela Policia Federal e aguarda julgamento no Centro de Detenção Provisória em São Mateus. No entanto, a prisão ocorreu a partir de supostos crimes praticados por ele na Bahia. 

“Ele foi preso pelos crimes que ele cometeu na Bahia, não pelo que fez com Ana Luísa. Ela não foi a primeira. Inclusive um casal baiano entrou em contato comigo e eles se dispuseram a colaborar nas investigações. O marido dessa pessoa faleceu na mão dele [do falso médico] que da mesma forma não examinou, mandou passar a medicação e ele veio a óbito” – complementou Alessandra.

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