Para o Vassalo do Rei de Bamba, Enio Ardohain, o ano de 2022 foi de superação. “Perdemos nosso Mestre Emérito, Tertolino Balbino, e Mestre Berto não pode brincar. Silvanir, parceiro dele na guia, também não… Seu Floro deixou o cordão por questões de saúde, mas trouxe um filho e um neto para a devoção. Sem contar os contratempos pelos quais muitos dos membros passaram para chegar bem ao 30 de dezembro, dia do ensaio-geral. O Ticumbi se renovou e remoçou, ganhando força para manter viva a tradição” – disse Enio.

Ele lembra que, depois de dois anos sem brincadeira, o Baile de Congo de São Benedito de Conceição da Barra subiu novamente o Rio Cricaré e foi às Barreiras buscar Santo Bino, repetindo um ritual que iniciou-se nos tempos do cativeiro, com a morte do revolucionário negro Benedito Meia-Légua, a quem pertencia a imagem.

“Pintinho assumiu a guia, com Gilvan na contra-guia e o apoio incondicional de todos no cordão. As figuras estiveram impecáveis e a viola de Renan ponteou alto para o Ticumbi de Mestre Berto fazer bonito na porta da Igreja de São Benedito no primeiro dia do ano. Está aberto o Ciclo de Benedito Santo no Sapê do Norte! Viva a cultura popular! Viva o povo devoto! Viva São Benedito!” – complementou.

Leia também:   Poeta mateense versa sobre memórias e transforma histórias de vidas em poesia
Nas palavras do Vassalo do Rei de Bamba Enio Ardohain, o Ticumbi de São Benedito “se renovou e remoçou, ganhando força para manter viva a tradição”.
Foto: Enio Ardohain/Divulgação

“Mestre Terto certamente está feliz”

 

A jornalista Patrícia Uzelin, que é esposa do Vassalo do Rei de Bamba Enio Ardohain, também não perde uma festa cultural em Conceição da Barra. Ela destaca que “Mestre Terto certamente está feliz hoje!”.

Para ela, o Baile de Congo de São Benedito cumpriu o seu dever com devoção e superação. “Foram todos companheiros nessa reconstrução em grupo, cuidando uns dos outros –das vozes ao jeito do corpo! O Ticumbi esteve cheio de memórias e saudades: No ensaio geral, no Rio Cricaré, no reencontro com Santo Bino, no cais do porto. Em cada lugar, abraços e lembranças se entrelaçaram. Tudo muito especial e de acolhedora alegria. Especial como a fina poesia de Tertolino Balbino: “Por que, meu Santo, a festa não está agora como era de primeiro? Vamo roga São Benedito e Jesus Cristo, que é o nosso Deus verdadeiro!” – lembrou.

“Acredito que o baile apresentado trouxe respostas para essa pergunta. Tudo muda, sempre e pela vontade de São Benedito… Nessa festa teve Sol e gente nova de derradeiro congo. Teve cheiro bom da comida do festeiro, teve fitas e axé para o ano. Ticumbi de São Benedito, de Mestre Berto, em janeiro de 2023, encantou a todos que tiveram o privilégio de participar!” – proseou.

Leia também:   Poeta mateense versa sobre memórias e transforma histórias de vidas em poesia

 

Foto do destaque: Enio Ardohain/Divulgação

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here