Pertencente a um ambiente majoritariamente masculino, o setor de transporte rodoviário de cargas possui diversos obstáculos para mulheres encontrarem oportunidades de trabalho, principalmente em áreas operacionais. É o que observa a coordenadora de RH uma empresa de transportes do Paraná, Tatiane Rabuske.

Segundo ela, seja por falta de experiência ou por desvalorização de suas habilidades, o público feminino precisa traçar um caminho custoso para combater esse preconceito e conseguir participação neste âmbito profissional.

De acordo com o Serviço Social de Transporte (Sest), o setor de transporte do Brasil tem mais de 900 mil contratos de trabalho, dos quais 120 mil são mulheres, das quais 4 mil atuam como motoristas. Em outro estudo, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), as mulheres representam apenas 0,5% do total de motoristas de caminhão do País.

Em vista dessa desigualdade, diversas empresas de transporte estão aderindo a treinamentos voltados para mulheres com o objetivo de fornecer um espaço no segmento, aprimorar suas habilidades e possibilitar um crescimento conjunto.

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“Temos motoristas mulheres que entram sem experiência e as treinamos para que elas possam viajar. Esse treinamento, normalmente, tem duração de 30 dias e consiste em conteúdos teóricos e práticos, envolvendo desde como conduzir um veículo até partes básicas de manutenção, a respeito das quais elas precisam ter conhecimento caso seja necessário na estrada” – explica Tatiane Rabuske.

 

Disparidade nas contratações

 

São Paulo – Ela afirma que ainda existe uma disparidade nas contratações na atualidade. “Gerar mais vagas inclusivas e sem distinção de gênero são ferramentas que resultam no reconhecimento das mulheres nesse setor econômico. Porém, aos poucos, essa diferença está se limitando e rompendo os velhos paradigmas de que as funções operacionais só podem ser realizadas por homens”.

“As mulheres estão buscando cada vez mais se mostrarem em funções que antes só víamos homens exercendo, mas ainda enfrentam uma dificuldade grande na profissão. Por exemplo, para mulheres motoristas, a parte de estruturas e de segurança na estrada é ainda algo muito difícil”, disse a coordenadora.

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Para Tatiane, as empresas do setor de transporte rodoviário de cargas estão revendo seus cenários e investindo mais em capacitação de motoristas mulheres de maneira a igualar oportunidades. Assim, é possível inseri-las no âmbito de transportes, cooperando para sua integração com apoio de políticas internas inclusivas, de conscientização e de lideranças para desempenho no ramo do TRC.

“As empresas estão buscando investir cada vez mais em colocar mulheres nessa função. Aqui na Ghelere temos o mesmo espaço que são dos homens para as mulheres, contratamos da mesma forma. Assim enxergo outras companhias também, focadas em proporcionar mais espaço para chegar à igualdade de gênero, sem preconceitos, e isso é muito importante para a nossa sociedade como um todo”, finaliza Rabuske.

 

Foto do destaque: Reprodução

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