“Assustador”. Essa foi a palavra usada pelo Sindicato dos Petroleiros no Espírito Santo (Sindipetro-ES) para designar o vazamento de óleo no Campo de Lagoa Parda, em Linhares. O Sindicato detalha que a concessão do campo pertence à empresa Imetame Energia há 3 anos.

À Reportagem, o coordenador estadual do Sindipetro, Valnísio Hoffman, estima que cerca de 10.000 litros de óleo foram despejados acidentalmente em um manancial.

Ele afirma que há risco do óleo atingir uma lagoa e uma área de brejo. O sindicalista teme ainda que, com o período chuvoso, o petróleo possa chegar ao Rio Doce e poluir as águas do Oceano Atlântico. “Mais um acidente ambiental que pode trazer muitos prejuízos ao Rio Doce, já sofrido pelo desastre de Mariana em 2015”, observa.

Valnísio afirma que desde a tarde de terça-feira, equipes do Sindipetro foram deslocadas para o local do acidente para acompanhar os trabalhos. Ainda de acordo com o sindicalista, uma das primeiras ações da empresa responsável pela exploração do petróleo na região é avisar as autoridades como Iema, Ibama e Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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Segundo ele, o sindicato constatou falta de experiência da empresa e dos trabalhadores em lidar com a contenção do que chamou de desastre ambiental. “O que mais impressiona é a falta de preparo. Primeira coisa que deveriam ter feito era uma barreira de contenção. Vimos trabalhadores de uma empresa contratada empurrando óleo dentro de um córrego com galhos de árvore, em total despreparo” – observa.

O sindicalista disse acreditar que o acidente pode ter sido provocado por falta de manutenção dos tubos. “Temos a impressão de que foi provocado por corrosão dos tubos, mas somente os órgãos ambientais poderão apontar com clareza as causas do acidente”.

Valnísio relata que o Sindipetro acompanha os encaminhamentos dos órgãos responsáveis. Afirma que se a ANP não se pronunciar sobre investigação e punição aos responsáveis, o sindicato acionará o Ministério Público.

ANP

Em resposta à Rede TC de Comunicações, a ANP afirma que o vazamento foi identificado na terça-feira durante inspeção de rotina. “Um dos dutos, que transportava água com baixo teor de óleos, rompeu. A produção foi interrompida e as medidas para limpeza da área estão em andamento. A ANP acompanha o evento, para se certificar de que medidas corretivas e preventivas adequadas serão implementadas, de forma a evitar novos incidentes”.

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IEMA

Já o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), também em resposta à Rede TC, informa que, “assim que foi acionado pela empresa Imetame após vazamento de óleo em Linhares, mobilizou a equipe de fiscalização até o local, para avaliar os impactos”.

De acordo com o Iema, a Imetame informou ao órgão que interrompeu a produção e uma empresa contratada está fazendo o resgate do óleo in loco. “A equipe de fiscalização do Iema continua no local acompanhando o trabalho de remoção do óleo e instalou barreiras de contenção para que o produto não se espalhe. Apesar da chuva, que atrasou a remoção, o óleo não atingiu o curso hídrico”.

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