O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES), representado pelo coordenador-geral Valnísio Hoffmann e pela vice-coordenadora Patrícia de Jesus, entregou ao novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, demandas capixabas que incluem a solicitação da suspensão da venda do ativo norte capixaba da estatal.

A reunião para que dirigentes da Federação Única dos Petroleiro (FUP) e sindicatos da categoria apresentassem propostas para a estatal foi realizada no dia 27 de janeiro.

Nesta sexta-feira (3), em entrevista à Rede TC de Comunicações, Valnísio relatou que uma semana antes de entregar as propostas, o Sindipetro-ES havia apresentado o estudo com as demandas do norte capixaba à secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

O coordenador-geral do Sindipetro-ES explica que a venda do ativo norte capixaba da Petrobras, que compreende a Estação Fazenda Alegre, campos nas imediações, o Terminal Norte Capixaba (TNC) e a sede administrativa em São Mateus, chamada de Base 61, ainda não foi concluída.

“A empresa deu um sinal, mas ela precisa cumprir várias pendências e ela não conseguiu ainda. Era para ser fechada em dezembro. E ela ainda não tem segurança para operar a planta, tem muita rotatividade dos trabalhadores” – afirma Valnísio.

Conforme disse, a empresa já atua no ativo, mas como apoio, com a operação ainda em responsabilidade da Petrobras. “Ela não conseguiu a licença ambiental para operar. Como ela não pagou, o negócio pode ser desfeito, bastando a Petrobras pedir a suspensão” – frisa.

Alertas com riscos

Valnísio relata que a solicitação da suspensão da venda do ativo norte do Espírito Santo da Petrobras tem o intuito de, pelo menos, a estatal reavaliar o contrato de venda, que o Sindipetro-ES estima que está com os valores incompatíveis com o potencial dos campos, além de questões sociais.

Conforme o coordenador-geral, o município de São Mateus, por exemplo, foi prejudicado com redução de salários dos trabalhadores e com cortes de vagas no setor.

Outra preocupação é a questão ambiental. Valnísio cita o Terminal Norte Capixaba, em Campo Grande, São Mateus, que é operado por monoboia. “Operar com monoboia é um risco gigante e a empresa precisa ter muita expertise. E hoje só a Transpetro tem” – sustenta.

A reunião para que dirigentes da Federação Única dos Petroleiro (FUP) e de sindicatos da categoria apresentassem propostas para a estatal foi realizada no final de janeiro. (Foto de divulgação)

Presidente da Petrobras demonstra
interesse na análise das demandas

O coordenador geral do Sindipetro-ES Valnísio Hoffmann frisa que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que analisará as demandas apresentadas.

Conforme relata Valnísio, o atual presidente da estatal tem interesse em suspender vendas suspeitas. “O próprio presidente Lula já disse que eles iriam suspender para analisar se teve alguma irregularidade ou não. Estamos esperançosos que pelo menos seja suspenso até que esse contrato de venda do ativo norte seja reavaliado” – afirma.

O sindicalista frisa que a empresa que iniciou o processo de compra do ativo norte não tinha experiência em operar poços de petróleo. Reitera que Jean Paul Prates já está com a demanda em mãos e o Sindipetro-ES solicitará uma nova reunião de emergência para tratar desse assunto com o presidente da estatal.

Foto de divulgação 
Foto de divulgação 

Sindicato solicita retomada do
projeto de gasoduto que pode facilitar
fábrica de fertilizantes em São Mateus

O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) apresentou também o pedido para que a Petrobras desengavete e implemente o projeto Rota 4, que consiste em um gasoduto que interliga a plataforma de Albacora, no sul do Estado, em área de pré-sal, com a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), em Linhares.

O coordenador-geral do Sindipetro-ES, Valnísio Hofmann, frisou que isso pode facilitar outro projeto da estatal, que estava engavetado, que é a construção de uma fábrica de fertilizantes. Ele afirma que essa fábrica, inclusive, pode ser instalada em São Mateus.

Valnísio relatou que o projeto Rota 4 está pronto, mas que foi deixado de lado na gestão anterior. Com o Rota 4 implementado, o sindicalista explica que a produção da UTGC, que está atualmente menor que dois milhões de metros cúbicos por dia, passará a 15 milhões de metros cúbicos por dia. “A capacidade de produzir é de 15 milhões de metros cúbicos, mas processa menos de dois milhões de metros cúbicos porque está faltando gás” – esclareceu.

PROJETO PRONTO
Valnísio detalhou que o projeto da fábrica de fertilizantes está pronto, mas foi suspenso na gestão passada. Conforme disse, o aumento de gás na UTGC possibilitaria o funcionamento da fábrica.

Ele disse que a Petrobras tinha três plantas para o Brasil, sendo a do Espírito Santo, uma no Mato Grosso e outra no Nordeste. Explicou que a fábrica do Mato Grosso foi paralisada em 80% pronta e o Governo Federal já manifestou que a obra será retomada.

“Nós viramos reféns da Rússia para importar fertilizantes. Agora a ideia do Brasil é se tornar autossuficiente. Então essas fábricas devem ser construídas” – sustentou.
Valnísio argumentou ainda que essa possibilidade da fábrica de fertilizantes no Espírito Santo foi apresentada ao presidente da Petrobras. O sindicalista disse que ela pode ser construída em São Mateus ou Linhares.

Aponta também que o Município que receber a fábrica será beneficiado com a geração de empregos e renda, desenvolvendo toda uma cadeia produtiva para a região em que se encontrar.

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