Com a mudança na política de preços dos combustíveis anunciada na terça-feira (16) pela Petrobras, o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) entende que será possível a estatal proporcionar preços mais justos aos consumidores brasileiros. Outra perspectiva, conforme avalia o diretor financeiro Reinaldo Oliveira, será um maior intervalo entre reajustes.

O Sindipetro-ES manteve uma luta desde 2016 contra a política de paridade anterior, o Preço de Paridade Internacional (PPI), implantado durante o governo Temer.

Reinaldo Oliveira destaca que a luta do Sindipetro-ES pelo fim da política de paridade de preços da Petrobras iniciou desde a sua implantação, em 2016.
Foto: TC Digital

“Aquilo que for importado realmente tem que ser cobrado um valor importado, mas aquilo que é produzido, processado no Brasil, a Petrobras tem condições de vender a preço justo”, avalia Reinaldo Oliveira.

O sindicalista reforça que a alteração na política de preços permitirá um espaçamento de tempo maior entre os reajustes. “A população não aguentava mais ver toda a semana um reajuste de combustível. Com essa nova mudança, a Petrobras vai equacionar os seus custos para que ela possa vender, não baseada em dólar, mas em preço de commodities do dia a dia. Tenho certeza absoluta que não teremos mais reajuste de gasolina toda semana no Brasil como estava havendo” – sustenta.

 

DESORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

Reinaldo exemplifica que os reajustes sucessivos em curtos intervalos de tempo impossibilitavam a organização de pessoas e de empresas. “Estava impossível fechar um contrato de transporte para daqui há seis meses porque a gasolina hoje estava cinco reais e daqui a pouco já estava a oito reais. O ônibus que iria locar, o cara falava: te dou o preço agora, mas não garanto que vai ser esse preço daqui há três meses” – aponta o sindicalista.

“Agora, tanto empresas de transportes, de logísticas, como o próprio trabalhador do Uber, do Taxi, vai poder se programar por saber que não vai ter esses reajustes todo dia”, reforça.

 

Aumento de produção e de refino interno

O diretor financeiro do Sindipetro-ES, Reinaldo Oliveira, destaca que, com a mudança tão buscada pelo Sindicato e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), a pauta agora é lutar para que a Petrobras aumente a produção de petróleo no Brasil, o refino e também a distribuição.

 

FUP

Segundo a FUP, o gás de cozinha custava em média R$ 55,35 até um dia antes da implantação do PPI, em 2016. O litro da gasolina custava R$ 3,65, o do diesel R$ 3. Durante a vigência do PPI, de 15 de outubro de 2016 até 16 de maio de 2023, a entidade aponta que o preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos (GLP) aumentou 223,8%, registrando 34 altas e 14 baixas no período.

“Enquanto isso, o barril do petróleo em reais subiu 61,9% no período e a inflação medida pelo IPCA/IBGE acumulou 36,6%. Ainda no mesmo período, a gasolina subiu 112,7% e o diesel, 121,5%, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base em dados da Petrobras” – detalha da entidade.

 

Preços do gás e da gasolina em São Mateus

Nesta quinta-feira (18), a Reportagem consultou os preços de combustíveis em alguns postos e distribuidoras em São Mateus. A maioria dos estabelecimentos consultados, o litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 4,89. O preço vem se mantendo estável nas últimas semanas.

Já o gás de cozinha nas revendedoras, sem contar a taxa de entrega, estava custando entre R$ 100 e R$ 115. A expectativa dos consumidores é que os valores sejam reajustados para baixo nos próximos dias, após o anúncio feito pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de queda na gasolina de R$ 0,40 por litro, no diesel de R$ 0,44 e no gás de cozinha de R$ 8,97 o botijão de 13

Foto do destaque: TC Digital

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