Neste terça-feira (14), acontece o Dia Mundial do Diabetes. A campanha tem o objetivo de reforçar a conscientização a respeito da doença, principalmente para evidenciar a importância da prevenção. A Secretaria da Saúde (Sesa) relata que aproveita a data para apresentar informações sobre o diabetes, “uma doença que não escolhe idade para se manifestar”, e sobre as formas de prevenção para a diminuição das complicações provocadas por ela.

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica na qual há altos níveis de glicose no sangue porque o organismo não consegue produzir insulina ou produz uma quantidade insuficiente; ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. A falta de insulina ou a incapacidade das células em responder à insulina leva a altos níveis de glicose no sangue, ou hiperglicemia, que é a marca do diabetes.

A hiperglicemia se não for controlada, em longo prazo, pode causar danos a vários órgãos do corpo, levando ao desenvolvimento de complicações de saúde incapacitantes e com risco de vida, como doença cardiovascular, neuropatia, nefropatia e doença ocular, além da retinopatia e cegueira. Por outro lado, se o tratamento adequado do diabetes for realizado, essas complicações graves podem ser retardadas ou evitadas.

 

Saiba o seu risco, construa um futuro saudável

A médica e referência técnica em Endocrinologia da Sesa, Juliana de Paula Peixoto, explica que este ano a campanha Novembro Diabetes Azul aborda o tema Saiba o seu risco, construa um futuro saudável, e alerta para os riscos da doença e a importância dos cuidados com a saúde.

“O diabetes é uma doença silenciosa, que precisa de tratamento oportuno e eficaz. Tratar bem o diabetes inclui, além do controle glicêmico, avaliar o risco de complicações em face de outras doenças concomitantes, como hipertensão arterial e dislipidemia. Cuidar bem do coração e dos rins, com o uso de medicações para o controle de pressão e colesterol, é fundamental” – frisa.

 

Tipos de diabetes

Diversas situações e condições podem desencadear o diabetes no indivíduo, e a maioria dos casos podem ser classificadas em Diabetes Tipo 1, Diabetes Tipo 2 e Diabetes Gestacional. É extremamente importante que se identifique o tipo de diabetes adquirido pelo paciente para que seja promovida a melhor forma de tratamento.

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A Diabetes Tipo 1 ocorre quando o próprio corpo produz anticorpos, destruindo as células pancreáticas e provocando, assim, a diminuição da produção de insulina no organismo. Geralmente, acomete crianças e adolescentes, mas também pode aparecer em adultos e faz com que a pessoa precise de injeções diárias de insulina para manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Esse tipo de diabetes não tem cura e necessita de tratamento permanente.

Diagnosticado na maioria dos casos em adultos, a Diabetes tipo 2 impossibilita o corpo a não obter o bom uso da insulina que produz. Uma das causas da manifestação da doença pode ser o sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Em seu tratamento, deve-se incluir uma alimentação e estilo de vida saudável, com atividades físicas, além da necessidade de uso de medicamentos orais e/ou insulina para manter seus níveis de glicose no sangue sob controle.

A diabete gestacional (DMG) consiste em níveis elevados de glicose no sangue, durante a gravidez, pelo fato de a placenta produzir hormônios que podem reduzir a ação da insulina, que é o hormônio responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O diabetes gestacional pode ser transitório, restrito à gestação, porém as mulheres diagnosticadas precisam realizar acompanhamento médico, pois há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e de doença cardiovascular.

 

Cuidando da diabetes com determinação

Foi durante a realização de exames de rotina solicitado por uma endocrinologista há cinco anos, que Cristiano Luiz Ribeiro de Araújo, que atua na Gerência de Demandas Judiciais da Sesa, por meio do Laboratório de Direito à Saúde e Inovação Lab Sus+Justiça, descobriu que era diabético.

A descoberta não o abalou tanto, visto que ele tem histórico familiar, mas mudou completamente a rotina e o estilo de vida dele. “Eu sentia muita dificuldade em perder peso e isso me incomodava muito. Então decidi procurar ajuda médica, porque não sentia nenhum mal-estar ou sintoma. Porém, a descoberta da diabetes na época não foi uma surpresa porque já sabia do histórico na família – disse Cristiano Araújo.

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Ele é um exemplo de superação dia após dia, pois apesar de fazer uso diário de medicamentos, decidiu que não deixaria o diabetes o abater. Mudou completamente a alimentação e se empenhou em realizar atividades físicas. Com o diabetes controlado, Cristiano Araújo faz acompanhamento algumas vezes durante o ano, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) próximo à residência dele e convive com a doença sem nenhuma interferência no cotidiano.

 

Cuidados

“Na alimentação, reduzi o consumo de refrigerantes e de alimentos ultraprocessados. Além das mudanças na alimentação, retomei a rotina de atividades físicas. Faço exercícios todos os dias. Hoje, pratico ciclismo de montanha e musculação. Os exercícios ajudaram a controlar as taxas de glicose, eliminar gordura do fígado e a melhorar o sono e a saúde em geral” – disse Cristiano Araújo.

A Sessa ressalta que o profissional é um exemplo inspirador de que é possível viver plenamente, mesmo com a diabetes. A determinação dele, aliada ao cuidado médico adequado, atividade física regular e uma dieta saudável, não apenas o ajudaram a controlar a doença, mas também o capacitaram a levar uma vida ativa e satisfatória.

 

A alimentação como aliada no cuidado com a diabetes

A alimentação adequada é fundamental para o controle glicêmico e, consequentemente, na prevenção das complicações do diabetes, podendo retardar ou mesmo evitar o surgimento do DM2 nas pessoas predispostas à doença.

A médica Juliana de Paula Peixoto reforçou sobre a importância da mudança de hábitos alimentares e da realização da prática de esportes como medidas preventivas e essenciais no controle do diabetes. “Evitar o consumo excessivo de bebidas açucaradas, como sucos de caixinha e refrigerantes, além do consumo de álcool, e intensificar a ingestão de alimentos in natura, ricos em fibras como frutas e verduras, pode reduzir o risco de desenvolver o diabetes”, complementa.

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Dados

No Brasil, cerca de 15,7 milhões de pessoas são portadoras de diabetes e apenas a metade sabe que tem a doença. Desse modo, as atividades de rastreamento e diagnóstico precoce do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) não devem ser minimizadas. O rastreamento consiste em um conjunto de procedimentos, cujo objetivo é diagnosticar o DM ou a condição de pré-diabetes em indivíduos assintomáticos. Essa atividade tem grande importância para a saúde pública, pois está diretamente ligada à possibilidade de diagnóstico e tratamento precoces, minimizando os riscos de desenvolvimento de complicações.

Segundo dados da pesquisa do sistema que monitora fatores de risco e proteção para doenças crônicas, por inquérito telefônico (Vigitel) e publicada em 2023, estima-se o percentual de adultos acima de 18 anos portadores de diabetes no Espírito Santo é de 9,6%. Considerando a população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o Espírito Santo registra em torno de 368.036 adultos portadores de diabetes, sendo 90% (331.232 pessoas) com DM2 e 10% (36.804) com DM1.

Em relação aos óbitos, de janeiro a outubro de 2023, houve o registro de 1.022 óbitos pela doença, sendo 450 pessoas do sexo masculino e 571 pessoas do sexo feminino, e um em declaração de sexo ignorado. Já em 2022, foram 1.602 óbitos pela doença, sendo 694 pessoas do sexo masculino e 906 pessoas do sexo feminino, e dois com declaração de sexo ignorado. Os dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), divulgados em 08 de novembro de 2023.

Onde procurar atendimento

A porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) é a Atenção Primaria à Saúde, (APS), responsável pelo cuidado e o acompanhamento das pessoas com a doença. Nesse sentido, o cidadão pode se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência para iniciar os cuidados com a saúde e o controle do diabetes.

 

Foto de destaque: Sesa/Divulgação

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