SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta quarta-feira (29) que os Jogos Olímpicos de Tóquio, previstos inicialmente para 2020 e adiados no fim de março para julho de 2021, só poderão ser realizados se a pandemia do novo coronavírus for contida.

O impacto que a Covid-19 tem causado no mundo, com mais de 3,1 milhões de casos registrados até agora, fez com que médicos especialistas de diferentes países passassem a questionar a possibilidade de a Olimpíada ocorrer sem que haja uma vacina ou um tratamento médico comprovado para a doença.

Em duas semanas, uma edição dos Jogos atrai cerca de 11 mil atletas para a cidade-sede, além de membros das comissões técnicas, a parte operacional das delegações e turistas, entre outras pessoas.

“Dizemos que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos devem ser realizados de forma completa, para que atletas e espectadores possam participar com segurança. Seria impossível manter os Jogos em uma forma tão completa, a menos que a pandemia de coronavírus esteja contida “, disse Abe.

Um eventual cancelamento da Olimpíada de Tóquio seria um duro golpe para o líder japonês, que conta com a realização do evento para impulsionar a economia e alavancar sua popularidade à frente do país.

Os Jogos obtiveram um valor recorde de patrocínios domésticos, US$ 3 bilhões (R$ 16,4 bilhões), e já consumiram ao menos US$ 13 bilhões (R$ 71 bilhões) entre dinheiro público e privado, segundo as contas do comitê organizador (uma auditoria do próprio governo, porém, apontava uma estimativa de cerca de US$ 26 bilhões no fim do ano passado).

Abe afirmou também que a Olimpíada “deve ser realizada de uma maneira que mostre que o mundo venceu sua batalha contra a pandemia de coronavírus” e alertou que o Japão deve “se preparar para uma batalha prolongada”.

Tóquio confirmou 47 novas infecções pelo novo coronavírus nesta quarta, segundo a emissora Nippon Television. A contagem nacional é de 13.736 casos até agora, com 394 mortes.

O país se encontra em estado de emergência, decretado pelo governo no dia 7 de abril e com duração de ao menos um mês.

Também nesta quarta, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, afirmou em carta que o adiamento do evento para 2021 custará “centenas de milhões de dólares” à entidade. “Também precisamos analisar e revisar todos os serviços que prestamos para os Jogos adiados”, escreveu.

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