Fundada em 2005, a Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac) já está exportando pimenta-do-reino para 22 países em quatro continentes. Os principais mercados consumidores da pimenta produzida em São Mateus e região estão no norte da África e no Oriente Médio. A carga beneficiada na própria Coopbac segue de navio direto para o importador.

Exercendo o terceiro mandato na presidência da Cooperativa, o produtor Erasmo Negris ressalta que São Mateus é o maior produtor da especiaria no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Mateus produziu no ano passado 22.275 toneladas de pimenta-do-reino, cultivada em 4.950 hectares. No Espírito Santo, que é o estado de maior produção da especiaria no País, têm destaque ainda Jaguaré, com 7,2 mil toneladas, e Vila Valério, com 7 mil toneladas. Os três municípios capixabas são os maiores produtores da chamada pimenta-preta no País. Com 250 cooperados, a expectativa da Coopbac é exportar 900 toneladas este ano.

Engenheiro agrônomo atuante no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e conselheiro do Sindicato Rural de São Mateus, Welington Secundino salienta que 100% das lavouras de pimenta-do-reino no Município são irrigadas.

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PREÇOS
PREOCUPAM

Erasmo Negris explica que o preço da pimenta-do-reino possui ciclos de alta e de baixa. “A pimenta esteve num preço muito interessante, em mais de 10.000 dólares a tonelada, acima de R$ 30 o quilo. Hoje o preço de exportação da tonelada está entre 1.900 e 1.950 dólares, algumas vezes até com a carga ‘batida’ no país de destino. Mesmo com a alta do dólar, a mais de R$ 4, você não consegue trazer uma maior rentabilidade para o produtor, pois o custo de produção está girando, na agricultura familiar, em torno de R$ 4, e nos produtores maiores, de R$ 5 a R$ 5,50” – detalha o presidente da Coopbac.

Ele salienta que, junto com o Incaper e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi realizado um levantamento e o custo de produção médio da pimenta-do-reino ficou acima de R$ 6. “Hoje a gente está produzindo para pagar as contas. Em algumas lavouras já começa a dar prejuízo, isso sem avaliar o custo de investimento” – acrescenta o presidente da Coopbac.

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Erasmo explica que a agricultura familiar tem custo menor já que aproveita mão de obra própria. Welington Secundino salienta que os insumos, que são cotados em dólar, têm impactos consideráveis na definição dos custos da produção de pimenta-do-reino.

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