DIEGO GARCIA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A queda no preço da energia na maior parte do Brasil contribuiu para que a inflação de outubro fosse a menor desde 1998, informou nesta quinta-feira (7) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O índice ficou em 0,10% no mês passado, menor do que os 0,45% do mesmo período de 2018 e também nos últimos 21 anos. Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

A mudança na bandeira tarifária foi o principal fator para que a energia elétrica tivesse um impacto de 0,13 ponto percentual negativo em outubro.

“Em setembro, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 1 e, em outubro, passou a vigorar a amarela, cujo acréscimo é menor”, disse o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a bandeira tarifária amarela tem custo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidor. Já a vermelha patamar 1 apresenta custo de R$ 4 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

A queda na energia elétrica foi demonstrada em todas as áreas pesquisadas pelo IBGE, com exceção de Salvador e Vitória, ambos com alta nos preços. Em Goiânia, o recuo chegou a 5,99%.

No acumulado do ano, o índice registrou 2,60%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 2,54%. Segundo o IBGE, está abaixo dos 2,89% registrados anteriormente.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, três tiveram deflação de setembro para outubro. O principal destaque foi habitação (-0,61%), com uma contribuição de 0,10 ponto percentual negativo no mês.

Alimentação em domicílio teve queda pelo sexto mês seguido, influenciada pela redução nos preços da cebola (-20,84%) e da batata inglesa (-9,06%).

Por outro lado, as carnes apresentaram alta de 1,77%. Já a alimentação fora de casa passou de 0,04% em setembro para 0,19% em outubro. Refeição registrou 0,24%, enquanto lanche marcou 0,32%.

O item vestuário teve a maior inflação do mês passado, com 0,63%. O gerente da pesquisa informou que a alta é natural para a época do ano por conta da mudança de estação. “Resulta na troca de coleção das lojas”, disse Kislanov.

Os destaques nesse item são altas observadas em roupa feminina (0,98%), roupa masculina (0,38%), roupa infantil (0,30%) e joias e bijuterias (2,23%).

A alta da gasolina influenciou o preço dos transportes. Com exceção de Brasília e São Luís, todas as áreas pesquisadas pelo IBGE apresentaram variação positiva no quesito combustível (1,38%).

As passagens aéreas também aumentaram (1,93%), após dois meses com variações negativas  (-15,66% em agosto e -1,54% em setembro).

Com relação aos índices regionais, Campo Grande registrou a maior variação, com 0,31%, influenciado principalmente pela alta no preço das carnes, de 4,47%, e gasolina, 2,29%.

Em contrapartida, São Luís registrou deflação de 0,37%, especialmente pela queda de energia elétrica, que na região ficou em 4,43%. A cebola também influenciou, com 25,65% negativos.

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