A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Regional de Nova Venécia, indiciou um advogado de 27 anos por uso de documento falso. As investigações apontaram que o advogado usou um certificado falso de conclusão do ensino médio para se matricular na faculdade de direito.

De acordo com a assessoria de comunicação da PCES, o caso chegou ao conhecimento da polícia por meio de uma denúncia anônima realizada via Disque Denúncia 181. O denunciante afirmou ter conhecimento de que o advogado, que atua principalmente no município de Montanha, não tinha concluído o ensino médio.

“Iniciamos uma verificação preliminar e, com a comprovação de indícios mínimos de fato delituoso, instaurei um Inquérito Policial. Nossa primeira providência foi solicitar uma cópia do certificado entregue à faculdade de direito e verificar a procedência do documento com a escola que o expediu” – relatou o delegado Douglas Sperandio, titular da Delegacia de Nova Venécia.

Homem teria abandonado
a escola da 6ª série

No levantamento feito pela Polícia Civil, os investigadores constataram que a assinatura da diretora que estava no certificado do advogado era falsa. Segundo a PCES, verificaram, também, que o investigado nunca esteve sequer matriculado na escola de ensino médio, que fica em Pedro Canário. Ao verificar a vida escolar dele, os policiais constataram que o advogado abandonou os estudos ainda no ensino fundamental. O último registro foi em uma escola municipal localizada em Pinheiros, onde consta como reprovado na 6ª série do ensino fundamental, nos anos de 2009 e 2010.

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“O certificado falso que ele apresentou na faculdade é de 2011. Ou seja, a vida escolar do advogado, entre a quinta série e a faculdade, é um limbo sem explicação lógica ou documental. Em depoimento, ele afirmou não se lembrar dos nomes dos professores do ensino médio e se negou a dar informações básicas, como o nome de algum colega de classe. Ele também alegou ter se formado em uma turma de Educação para Jovens e Adultos (EJA), mas a escola que consta no certificado nunca ofereceu esta modalidade de ensino. Por fim, o advogado se declarou vítima da escola” – informou o delegado Douglas Sperandio.

Apesar da documentação falsa, o investigado concluiu o curso superior de Direito e foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), obrigatório para o exercício da advocacia. Atualmente, o registro dele está válido. O indiciado atende como advogado no norte do Estado, principalmente em Montanha, mas também nas cidades de Mucurici, Ponto Belo e Pinheiros.

“Indiciamos o advogado por uso de documento falso e remetemos para apreciação do Ministério Público. Também encaminhamos uma cópia do Inquérito para a OAB-ES, para que sejam adotadas as providências administrativas. Ainda há perguntas sem resposta, por exemplo, como ele obteve o certificado falso e como foi aprovado no exame da OAB, que é extremamente rigoroso. Por isso, vamos prosseguir com a apuração dos fatos” – esclareceu Sperandio.

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A assessoria da PCES informa ainda que, em observância à lei de abuso de autoridade, “a Polícia Civil do Espírito Santo só divulga a identidade de investigados após oferecimento de denúncia pelo Ministério Público”. Por este motivo, o nome do advogado não consta no texto.

PCES/Divulgação

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