A Petrobras informou ontem à Rede TC por meio de nota que não existe um prazo definido para que o processo de venda dos ativos da estatal no norte do Espírito Santo seja concluído. A venda desses ativos pode significar a saída definitiva da empresa da região, principalmente de São Mateus.

Ontem a Petrobras assinou com a Karavan SPE Cricaré SA, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), contrato para a venda da totalidade da participação da empresa em 27 concessões terrestres de exploração e produção no Espírito Santo, denominados conjuntamente de Polo Cricaré.

A empresa detalha que a Karavan O&G Participações e Consultoria Ltda deterá 51% da SPE, enquanto a empresa Seacrest Capital Group Limited, que figura como equity provider, ficará com os demais 49%.

A Petrobras explica que o valor da venda é de 155 milhões de dólares e que deste montante, 11 milhões foram pagos à vista. Outros 26 milhões de dólares serão pagos no fechamento da transação e os 118 milhões restantes, em pagamentos contingentes previstos em contrato.

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“Os valores não consideram os ajustes devidos e o fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, afirma.

Segundo a empresa, essa etapa é apenas a primeira de várias. “As etapas seguintes serão comunicadas ao mercado”.

SOBRE O POLO CRICARÉ

O Polo Cricaré compreende 27 concessões terrestres. São eles: Biguá, Cacimbas, Campo Grande, Córrego Cedro Norte, Córrego Cedro Norte Sul, Córrego Dourado, Córrego das Pedras, Fazenda Cedro, Fazenda Cedro Norte, Fazenda Queimadas, Fazenda São Jorge, Guriri, Inhambu, Jacutinga, Lagoa Bonita, Lagoa Suruaca, Mariricu, Mariricu Norte, Rio Itaúnas, Rio Preto, Rio Preto Oeste, Rio Preto Sul, Rio São Mateus, São Mateus, São Mateus Leste, Seriema e Tabuiaiá, que estão localizados no Espírito Santo, nos municípios de São Mateus, Jaguaré, Linhares e Conceição da Barra.

“A Petrobras é operadora com 100% de participação nessas concessões. A produção média do Polo Cricaré de janeiro a junho de 2020 foi de cerca de 1,7 mil barris por dia de óleo e 14 mil m3/dia de gás”.

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Empresa não explica como mitigará impactos econômicos com saída

Questionada sobre as estratégias e ações que fará para mitigar o impacto econômico de sua saída do norte capixaba, a Petrobras respondeu apenas que “todas as decisões referentes aos desinvestimentos são oportunamente comunicadas aos públicos de interesse, atendendo às exigências da comissão de valores mobiliários e tendo como premissa o respeito às pessoas”.

Ainda de acordo com a empresa, a avaliação constante dos ativos baliza as decisões da companhia quanto à composição da carteira. “Essa operação está alinhada à estratégia de otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultra profundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos” – explica.

“No conceito de gestão ativa de portfólio, os ativos da Petrobras estão sendo constantemente avaliados, a partir de um monitoramento de variáveis externas como: preço, câmbio, ambiente regulatório e de um monitoramento interno de premissas financeiras e operacionais. Dado o passado recente de volatilidade do Brent, a Petrobras tem buscado maior resiliência a preços baixos e a redução da alavancagem financeira. Para tal, tem-se buscado priorizar ativos e projetos onde a Petrobras apresenta vantagem competitiva em consonância, no caso do E&P, com a estratégia do Plano Estratégico 2020-2024: Crescer de forma sustentada em ativos de óleo e gás de classe mundial, em águas profundas e ultraprofundas” – complementa a nota enviada à Rede TC.

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