Uma pesquisa do enfermeiro Murilo Soares Costa sugere uma otimização para reduzir o custo do teste RT-PCR para covid-19, que é o padrão ouro de testagem da doença. O objetivo da pesquisa de validação externa do enfermeiro, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Infectologia e Medicina Tropical da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é oferecer o teste ao máximo de pessoas possíveis.

Murilo disse que irá defender a tese do doutorado até dezembro deste ano. Contudo, adianta que a pesquisa já mostra que uma prevalência de covid-19 abaixo de 30% permite utilizar o método, chamado de pool testing. Ele explica que as amostras coletadas de um grupo de pessoas podem utilizar no exame um único reagente, gerando economia nos gastos.

Professor substituto no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), Murilo iniciou o doutorado em 2020, logo no início da pandemia. A princípio, o trabalho de pesquisa seria a transmissão da doença, consistindo em analisar os locais que pacientes de covid-19 estiveram quatro semanas antes de terem a confirmação da contaminação.

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Entretanto, motivado pelo professor orientador da UFMG Unaí Tupinambás, que é mestre e doutor em Infectologia e Medicina Tropical, Murilo mudou o foco da pesquisa para a otimização do teste RT-PCR.

De agosto de 2020 a março de 2021 o pesquisador de São Mateus ficou em Belo Horizonte onde fez a pesquisa na UPA Centro Sul. Ele detalha que foram realizados 1.532 exames. “A gente fazia a coleta nas pessoas que eram suspeitas. Se o médico suspeitasse que era covid-19, a pessoa era encaminhada para que eu pudesse fazer a pesquisa, se o paciente aceitasse participar. Então a gente fazia o questionário e depois a coleta” – sustenta.

Método em grupos escolares e de profissionais de saúde

O enfermeiro Murilo Soares Costa detalha que, para a pesquisa, coletou amostras de pessoas com suspeita de covid-19, por meio de swab nasal, que eram encaminhadas para um laboratório da UFMG, denominado CT Vacina. O laboratório utilizava um único reagente para cada grupo de 10 amostras.

O pesquisador explica que, caso o resultado fosse negativo, significava que todas 10 pessoas daquele grupo não estavam com covid-19. Já se fosse positivo, era realizado o exame de forma individual para identificar qual das 10 estava infectada.

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A pesquisa do enfermeiro Murilo Soares Costa foi realizada com grupos suspeitos de covid-19 em Belo Horizonte.
Foto: Divulgação

Murilo então identificou que, neste modelo, havia uma redução de custos caso a prevalência da doença estivesse abaixo de 30%, ou seja: a cada 100 exames realizados, menos de 30 apresenta infecção. No entanto, caso a prevalência esteja maior que 30%, o método não compensa porque a quantidade de exames individuais a serem realizados levaria ao aumento de custos.

Sendo assim, sugere que o método pool testing seja aplicado, por exemplo, antes do retorno às aulas e com grupos de profissionais de saúde. Conforme disse, o método pode ser utilizado inclusive em relação a outras infecções, como a tuberculose.

Pesquisa foi selecionada em congresso do Ministério da Saúde

Murilo detalha que a pesquisa com o método pool testing esteve entre os 35 trabalhos selecionados para o congresso de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e foi classificado entre os 10 melhores.

O pesquisador frisa que no questionário realizado com os participantes foi possível identificar outras situações relacionadas à pandemia de covid-19. Contudo, esses detalhes só poderão ser apresentados posteriormente.

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MURILO
Natural de Nanuque (MG), Murilo Soares Costa, de 32 anos, chegou a São Mateus em 2008 para estudar Enfermagem no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes). Após concluir a graduação, permaneceu no Município onde trabalhou na Prefeitura como enfermeiro.

Também foi professor no Centro Universitário Vale do Cricaré. Quando começou a fazer doutorado, trabalhava no setor de Educação Permanente do Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares. Atualmente é professor substituto do Ceunes.

 

Foto do destaque: Divulgação

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