SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A família do ajudante de caminhão Gilson de Carvalho, 35, deu o homem como desaparecido após ele não retornar para casa, depois de ir a um pagode em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro. No entanto, dois dias depois, eles descobriram que Gilson tinha sido preso, acusado de um roubo que, segundo os familiares, ele não cometeu.

O caso ocorreu no dia 20 de agosto e, desde então, a família trava uma batalha para provar a inocência de Gilson. Segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou à reportagem, a equipe do 14° BPM (Bangu) realizava policiamento pela Av. Marechal Alencastro, no bairro de Deodoro, quando foi abordada por um taxista que denunciava um roubo.

Ao vasculharem o local, os agentes encontraram Gilson com R$ 88 em espécie. O motorista disse reconhecer Gilson como autor do crime e teve a prisão anunciada em flagrante.
Gilson foi levado até a 35ª DP (Campo Grande), onde a prisão foi formalizada. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o caso foi enviado à Justiça.

Foto: Reprodução/TV Globo

Em entrevista ao programa RJ2, da TV Globo, o pai de Gilson, Gilmar de Carvalho, contou a angústia de não saber onde o filho estava durante esse tempo. “Ele estava vindo de um pagode em Madureira. Ele tinha acabado de passar o vídeo para mim dizendo: ‘Pai, já estou indo para casa'”, disse ele.

“A gente começou a vasculhar delegacia, para saber se ele estava preso, no IML [Instituto Médico Legal]… Aí a sogra dele, no Centro, conseguiu verificar lá e saber que ele tinha sido preso.”

De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pela TV, Gilson foi acusado de roubar R$ 88 do taxista, além de R$ 50 referentes da própria corrida, e de tentar levar o carro. O motorista informou que conseguiu se esconder em um local próximo ao anúncio do assalto e acionou policiais que passavam pelo local.

Se você vai fazer um assalto ou um furto ou uma coisa qualquer, você não vai querer ficar no mesmo local parado esperando a polícia chegar para te prender. Ele não é um marginal, um bandido, ele é um trabalhador. As filhas dele estão aqui chorando”, disse Gilmar.

Gilson passou por uma audiência de custódia, em que o juiz Pedro Ivo Dipólito transformou a prisão em flagrante para preventiva. Na decisão, divulgada pela TV, o magistrado justifica a mudança porque o caso revela “elevada audácia e destemor” do acusado demonstrando “periculosidade concreta” e “perspectiva de novas infrações penais.”

À TV, o advogado da defesa, Paulo Arimateia, negou que Gilson seja criminoso. “Ele está muito chateado porque foi vítima de preconceito. Ele nunca fez isso, é réu primário, bons antecedentes, nunca nem esteve em uma delegacia”, disse Arimateia.

Ele ainda afirma que o dinheiro encontrado com o cliente era de um saque realizado no mesmo dia -e não proveniente de um roubo.

A defesa entrou com um pedido de habeas corpus, que foi indeferido no início desta semana pelo desembargador Fernando Antônio de Almeida, segundo dados do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Gilson segue no Presídio Tiago Teles, em São Gonçalo.

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