SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Campeão mundial pelo Flamengo, o ex-atacante Nunes acredita que faltou ‘malandragem’ ao Rubro-negro na final do Mundial de Clubes de 2019, contra o Liverpool. Autor de dois dos três gols do Fla na decisão de 81, também contra o time inglês, o convidado do Expediente Futebol deste sábado elogiou o time de Jorge Jesus, mas evitou compará-lo ao de sua época.
“O Flamengo está numa fase maravilhosa, um ótimo time. Uma pena que não conquistou o Mundial. O time é excelente, grandes jogadores. Agora, não dá para fazer comparações. Eu assino embaixo no meu time. É complicado fazer a comparação dos dois times, porque são épocas diferentes, agora, é claro que a nossa habilidade e malandragem está acima do time do Flamengo. Faltou um pouco de malandragem contra o Liverpool”, opinou Nunes.
“Eu vejo quererem fazer muitas comparações do nosso time com o time atual. Não há a mínima condição de fazer essa comparação. Esse time está trabalhando e focando para conseguir o que nós conseguimos naquela época. O Flamengo está no caminho certo”.
Apelidado de “Artilheiro das Decisões”, Nunes ainda falou sobre a escassez de centroavantes no futebol brasileiro. Defendendo a utilização de técnicos específicos para atacantes, o ex-jogador questionou as obrigações defensivas dos camisas 9 atualmente.
“Hoje, o centroavante sai muito da área para vir buscar o jogo ou fazer a marcação. O centroavante não tem que estar marcando ninguém, tem que estar dentro da área, sendo o homem de referência. (…) O futebol brasileiro está carente de centroavante. Os centroavantes que eu vejo hoje são raros, aqueles que mostram presença de área. Você não vê hoje um centroavante subir com personalidade para fazer um cabeceio com os olhos abertos. Por quê? Porque não existe mais as jogadas de fundo”, falou Nunes.
“Por que, no Brasil, não existe treinador de atacante? Se existe o treinador de goleiros, porque não o de atacantes? (…) Na Europa, já está acontecendo. No Brasil, ainda não, só treinador de defesa. Eu acho que o futebol precisa sim, porque nós estamos muito carentes de centroavante. É uma função que já tem que ter no futebol brasileiro”, seguiu.
