Todo período de estiagem, independente da época do ano, é registrado um aumento considerável de atendimentos em queimadas. Comandante da 1ª Companhia Independente do Batalhão do Corpo de Bombeiros, o major Cristiano Sartório relata que julho foi o mês deste ano com mais registros de incêndios em vegetação na área de atuação, que compreende São Mateus, Jaguaré, Conceição da Barra e Pedro Canário.

O comandante detalha que em julho, de um total de 105 registros, os bombeiros conseguiram combater 67 incêndios. Outros 38 chamados ficaram sem atendimento por terem sido feitos de forma simultânea.
Somando os registros atendidos e não atendidos, no sétimo mês do ano foi realizada uma média de 3,38 ocorrências por dia. No mês de agosto, ainda não há um balanço. No entanto, devido às chuvas, o comandante acredita que possa haver uma ligeira amenizada na situação das queimadas.

Conforme destaca o comandante, os municípios que compõem a 1ª Companhia Independente possuem área territorial somada de 4.621 quilômetros quadrados –conforme dados do IBGE de 2020. Para efeito de comparação, somente São Mateus, com área de 2.346 km², é maior em área territorial que todos os municípios da Região Metropolitana –Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Fundão e Guarapari–, que tem área total de 2.323 km².

 

AÇÃO CRIMINOSA

O major Sartório afirma que são raros os casos em que os incêndios foram gerados por acidente. Ele frisa que a origem das queimadas é proposital, comumente para limpeza de lotes e áreas rurais, vandalismo e especulação imobiliária. Sendo assim, o comandante entende que é necessária mais conscientização das pessoas.

 

 

Ele indica, por exemplo, que quando alguém precisar limpar algum terreno, sempre na legalidade, não realizar a queimada da vegetação ou entulho, e sim, retirar o material de forma manual ou com auxílio de máquinas e caminhões. Conforme disse, em época de estiagem, a situação das queimadas fica ainda mais complicada, já que o fogo se espalha com muita rapidez.

 

Queimadas afetam também a saúde de milhões de pessoas

As queimadas e incêndios florestais, principalmente no período de seca, afetam a saúde de milhões de pessoas, já que as partículas emitidas por elas ficam no ar durante uma semana e podem viajar por longas distâncias, afetando a sua qualidade e, consequentemente, causando morte de células pulmonares e até danos ao DNA.

O alerta é de um estudo da Global Climate and Health Alliance feito no Brasil, Canadá e na Austrália, que avisou os governos sobre a preparação do sistema de saúde que enfrenta a pandemia de covid-19. “A fumaça dos incêndios florestais causa cerca de 339.000 mortes prematuras por ano em todo o mundo.

A exposição a qualquer aumento da poluição do ar pode causar efeitos ad versos na saúde humana, como tosse e falta de ar. Por isso, é essencial que seja feito o controle das queimadas e incêndios de forma legalizada” – aponta o estudo.

 

Foto do destaque: Corpo de Bombeiros/Divulgação

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