Instituído como Dia Internacional da Mulher, o 8 de março é um bom momento para uma reflexão sobre as mulheres no mundo da política e o papel social desempenhado por elas. Com um total de 11 integrantes, o Poder Legislativo em São Mateus atualmente tem representatividade feminina, as vereadoras Luciete de Oliveira Cerqueira, a Ciety (PT), e Elisângela Cristina do Nascimento, a Preta (PSB). Elas destacam que trabalham em favor das mulheres, na busca por direitos e melhorias, ao passo que lutam no dia-a-dia contra o machismo e o preconceito.
Ciety ressalta que uma das barreiras que enfrenta na vida política é o fato de ser colocada como inferior. “Muitas vezes, até mesmo dentro do parlamento, somos colocadas como inferior. Os partidos têm o dever de ver a mulher como protagonista do processo eleitoral, e não como apenas uma ‘cota’. Vamos superando, marcando presença constante em todos os espaços, demonstrando que não somos inferiores a ninguém. O lugar da mulher é onde ela quiser, inclusive na participação dos espaços de decisão” – frisa.
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Ciety entende que é importante que as mulheres participem de todas as discussões. “Somos a maioria e devemos estar inseridas em todos os espaços. Infelizmente, o conservadorismo e o machismo dentro dos espaços de poder engessam a participação da mulher. Não podemos nos calar diante disso, pois vivemos numa democracia. E essa democracia só será respeitada quando o país tiver a igualdade por direito” – enfatiza.
Preta relata uma realidade similar a de Ciety, tanto nas dificuldades quanto na força e determinação em superá-las. “Os desafios na vida de uma mulher são inúmeros e também na vida política. Sofri e sofro com o machismo que predomina não só de alguns parlamentares, mas de algumas pessoas na sociedade. O machismo não parte somente de homens, ainda sofremos com o machismo presente no público feminino. Como nada na minha vida foi fácil, eu sempre me posiciono de maneira a impor respeito” – afirma.
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Preta: “Nós inspiramos outras mulheres a terem interesse por política”
Preta acredita que as mulheres, quando oportunizadas, se diferenciam e se destacam na política. “O diferencial na mulher é que ela apresenta projetos de fato aplicáveis e garante a efetiva execução de todos. Com isso, inspiramos outras mulheres a terem interesse por política” – salienta.
“Em uma região onde os homens predominam, nem mulher, nem políticas para mulheres têm vez. Vejo que essa representatividade é necessária. A presença da mulher é importante para ‘brigar’ pelo direito de todas e ser regência para outras mulheres” – complementa.
Ciety detalha que entrou para a política pela primeira vez, em 2020, a convite dos movimentos sociais do campo. Foi eleita com 1.214 votos, o que a colocou em segundo lugar entre os mais bem votados no município naquele ano.
“Em todas as pautas relacionadas à mulher, o mandato está presente. Junto com a sociedade civil, reativamos o Conselho da Mulher no município. Uma das propostas de projeto de lei foi a criação do aplicativo SOS Mulher” – frisa. Ela explica que o SOS Mulher busca amparar mulheres vítimas de maus tratos.
Preta trabalha indiretamente com política desde 2013, mas foi em 2020 que assumiu como vereadora no Legislativo mateense. Ela considera que suas propostas foram bem aceitas e diz que a maioria foi aprovada.
“Aprovamos a Procuradoria da Mulher e denominação do dia 19 de dezembro para que seja considerado o dia do empreendedorismo feminino. Ainda estão em fase de desenvolvimento os projetos de criação da Casa da Mulher e o projeto que, em parceria com a CDL do município, comerciantes e SINE, estimula a contratação de mulheres que estejam inseridas no contexto judicial da lei Maria da Penha, para que tenham preferência na contratação, além da obrigatoriedade em empresas com mais de cinquenta funcionários para que destinem cinco por cento de suas vagas para este público” – detalha.
Foto do destaque: Secom-CMSM/Divulgação
