“Foi uma luta difícil. Peguei um adversário bem forte, bem maior que eu e com a mão pesadíssima” – declarou o atleta Diego Santos Neves em entrevista à Rede TC de Comunicações após se tornar o campeão mundial de kickboxing na categoria peso pesado na World Cup Argentina 2022. A luta aconteceu no sábado (12), em Buenos Aires. O atleta mateense, morador do Bairro Cacique, disputou o título contra um argentino.
“Fiquei muito feliz porque é um sonho que eu batalhei por quase dez anos, tentando lutar fora do País. Conseguir levar o título mundial e o cinturão para a minha comunidade, que é o Bairro Cacique, é uma sensação muito boa, muito prazerosa. Poder mostrar para as crianças carentes da comunidade que elas podem sonhar, que se a gente persistir e trabalhar corretamente a gente consegue chegar, independentemente de onde a gente veio e de onde a gente é. Estou até agora sem acreditar, sem entender um pouco” – frisa.
Diego é professor de Educação Física em São Mateus e destaca que já teve um projeto social voltado para as crianças carentes do Bairro Cacique por um período de três anos. No entanto precisou encerrar as atividades no período da pandemia e ainda não conseguiu retomar.
“A importância desse título para São Mateus é a mesma importância que eu sempre venho batalhando. Sou de comunidade carente, onde vejo crianças que sonham e seus sonhos acabam sendo interrompidos por falta de oportunidade. Então, poder colocar o nome da minha comunidade no topo, colocar o nome da Cacique no topo, para mim é muito gratificante” – enfatiza.
“Poder mostrar para essa galera que quando a gente sonha a gente pode. É só acreditar e trabalhar para isso. Me sinto muito realizado em poder mostrar para essas crianças carentes que eu estou fazendo a diferença na vida delas e, se depender de mim, vou continuar fazendo sempre” – complementa.
Próximo desafio é o panamericano
Para a próxima disputa, que acontece no sábado (19) em Cascavel, no Paraná, Diego ressalta que está na expectativa de pódio, mesmo com o ombro machucado.
“Vou dar o meu melhor, lutar o máximo que puder. O ombro, Graças a Deus, já está melhorando, mas creio que não vou estar 100% para a luta. Mesmo assim, o objetivo é pegar pódio. Se Deus abençoar vai dar certo” – enfatiza o lutador, que detalhou ter lesionado o ombro durante a luta, inclusive que lutou o último round atacando apenas com um dos braços.
Diego relatou à Reportagem que ao final da luta em Buenos Aires, alguns argentinos o abordaram para tirar fotos com ele e parabenizar pelo título. “Isso mostra o nosso trabalho sendo reconhecido fora do País e é de suma importância” – reforça.
Nas redes sociais, o atleta agradeceu os incentivos. “Vivo o melhor momento da minha vida. Com 26 anos e 30 lutas na carreira me torno campeão mundial. Isso só foi possível graças a torcida e carinho de cada um de vocês. Muito obrigado por me ajudarem galera. Amo vocês!”
Além de campeão mundial, título conquistado no sábado na Argentina, Diego também é campeão panamericano, sulamericano, mineiro e brasileiro.
Foto do destaque: Divulgação
