Jogadora de futebol, Maria Eduarda Medeiros Barbosa, conhecida como Madu, foi aprovada em dois testes em clubes paulistas há pouco menos de um mês e precisa decidir, durante as férias. Atualmente curtindo momento familiar na Comunidade Córrego Seco, em São Mateus, a zagueira terá que optar entre o sub-20 do Bragantino ou o profissional no Pinda Ferroviária.
“Vou decidir ainda em qual ficar, mas sei que vai ser treino todos os dias, rotina puxada, academia cedo, campo à tarde, e estudos à noite. Além de morar com as outras meninas do clube” – afirma.
Madu ressalta que a rotina que a espera em 2024 será totalmente nova, diferente do que já viveu até o momento na trajetória no futebol. “Tenho boas expectativas e estou me empenhado para que tudo aconteça da melhor forma. O que vier daqui para frente, vou agarrar com os dois braços” – frisa.
Filha de Adilson Barbosa, jogador de futebol amador em São Mateus, e Claudiana Rodrigues Medeiros, Madu é a mais velha de três irmãos. Ela relatou à Reportagem como começou no futebol.
O gosto pelo esporte começou de brincadeira, na escola. Logo, aos 13 anos começou a jogar com o pai em um time de futebol amador na zona rural. E ela faz questão de ressaltar o apoio do pai, que a matriculou em uma escolinha de futsal em Nova Venécia.
“Treinei três meses nessa escola. Meu pai me levava e depois disso o time migrou para o futebol de campo, em Linhares. Comecei a treinar lá, três vezes na semana”. Madu detalha que o pai continuou a levando para os treinos até os 14 anos. Depois disso, ela já viajava de ônibus. “Eu parava em São Mateus e de lá ia para Linhares só para treinar”, recorda.
Mudança para Vitória e testes em São Paulo
Segundo Madu, aos 15 anos mudou-se para Vitória e foi jogar no Vilavelhense onde participou de dois campeonatos estaduais. Ela enfatiza que com 16 anos fez testes na Ferroviária. Chegou a passar numa etapa, mas, como estava com o joelho machucado, não conseguiu se apresentar.
A mateense salienta que depois da temporada no Vilavelhense, retornou para São Mateus e não deixou os treinos. No ano passado, com 17 anos, fez novo teste em São Paulo no projeto Em Busca de Uma Estrela. “A Cristiane Rozeira [atleta da Seleção Brasileira] é embaixadora do projeto. Meus pais me levaram para, me apresentei e me aprovaram no mesmo dia. O mais difícil foi encontrar meios para me manter e ficar por lá. Acabei indo morar na casa de uma amiga” – enfatiza.
No início deste ano, Madu saiu do projeto e foi para o Nacional para atuar no campeonato paulista. No entanto, por estar federada no Espírito Santo e a transferência não ter acontecido a tempo, não pode jogar. O convite para os testes no Bragantino e no Pinda Ferroviária veio em novembro e a mateense, agora com 18 anos, passou em ambos.
“Eram 35 meninas na primeira fase. Passei nas duas e me chamaram. Retorno para São Paulo em janeiro para treinar com o elenco [que ela escolher]” – detalha.
TREINOS
Mesmo com vaga garantida e de férias, Madu não abre mão de estar em dia com o treinamento. De acordo com a jogadora, os treinos acontecem em um campinho que tem em casa. O pai auxilia, claro!
“O campo está um pouco seco, mas dá para treinar. Tenho cones e outros objetos que ajudam e meu pai joga comigo. Saio pela manhã para correr. Na semana que vem, volto para a academia para não perder o ritmo e rendimento” – explica.
INSPIRAÇÃO
Madu revela que o pai é um grande ídolo no futebol. Lembra que a mãe também “brinca” na quadra da comunidade e diz se inspirar em ambos. Mas ainda tem espaço para mais uma inspiração em seu coração: a atleta Cristiane Rozeira.
“Foi através do projeto que ela é embaixadora que eu ingressei de vez no futebol. É uma excelente jogadora” – frisa.
Para as meninas que também desejam jogar futebol, a atleta deixa um recado: “O importante é não desistir. Sempre treinar, acreditar que no momento certo a oportunidade vai chegar. Agarrar as oportunidades e uma hora chega” – enfatiza.
Foto do destaque: Divulgação
