SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pronunciou-se nas redes sociais quanto à condenação da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, nesta quarta-feira (7). Na véspera, ela recebeu uma sentença de seis anos de prisão por administração fraudulenta.

Na postagem, o petista comparou as condenações que o levaram a ficar detido por 580 dias em Curitiba –anuladas por, entre outras razões técnicas, a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro– àquela recebida pela política. Fez menção ainda “lawfare”, isto é, quando o Judiciário persegue um investigado por razões políticas. A defesa de Crstina bate na tecla de que ela é vítima da prática.

Ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner. Foto: Assembleia Nacional del Ecuador

“Minha solidariedade à vice-presidente da Argentina. Vi sua manifestação de que é vítima de lawfare e sabemos bem aqui no Brasil o quanto essa prática pode causar danos à democracia. Torço por uma justiça imparcial e independente para todos e pelo povo da Argentina”, escreveu Lula.

O Ministério Público Fiscal acusava Cristina de ter liderado uma “extraordinária matriz de corrupção”, armando e administrando, ao lado de outros 12 réus, um esquema de desvio de verbas na forma de concessões de obras públicas na província de Santa Cruz à empresa de um amigo da família Kirchner, Lázaro Báez –que também foi condenado a 6 anos de prisão.

Em agosto, a acusação conduzida pelos promotores Diego Luciani e Sergio Mola havia pedido 12 anos de prisão à vice-presidente, pena máxima para o crime de associação criminosa. Também solicitou que ela fosse impedida de concorrer a cargos públicos para o resto da vida e que devolvesse aos cofres públicos 5,3 bilhões de pesos (R$ 200 milhões).

Cristina foi inocentada da alegação de associação ilícita, mas considerada culpada por fraude.

A condenação desta terça não significa que Cristina será presa em breve, porém. Pelos cargos que ocupa -além de vice-presidente ela é líder do Senado–, a política possui foro especial, que só é passível de ser derrubado mediante um processo de impeachment no Parlamento. Ainda assim, isso se daria só quando fossem esgotadas todas as instâncias de apelação, sendo a Corte Suprema a última delas.

Cristina nega irregularidades no período em que ocupou a Presidência -a acusação se refere ainda ao mandato de seu marido e antecessor, Néstor (1950-2010), que também foi governador de Santa Cruz.

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