São Mateus – Depois de lixo hospitalar ser encontrado durante escavação de cova no cemitério público da Aviação, o presidente da Câmara de São Mateus, vereador Jorge Recla, o Jorginho Cabeção, informou à Rede TC que protocolará na segunda-feira (4) uma denúncia formal ao Ministério Público Estadual. Segundo ele o cemitério está abandonado.
Seringas, luvas, garrafas e outros materiais foram descoberto pelo coveiro no momento em que abria uma cova apara sepultamento. Dois enterros seriam realizados no local, porém familiares se negaram a sepultar os corpos na área onde foram encontrados os materiais hospitalares.
“Fui pego de surpresa quando cheguei no cemitério com uma família de amigos do bairro Bom Sucesso, que vieram sepultar o corpo de um ente querido. Deparamos com a cova que foi aberta em cima de um antigo aterro de lixo hospitalar. É uma falta de respeito com a família” – afirma Jorginho.
O garçom Rubilúcio Schnaider, que chegou ao cemitério no início da manhã dessa sexta para sepultar o pai Hugo Lenk, de 79 anos, ficou revoltado com a situação. “O hospital fez a liberação do corpo e eu vim olhar o local do enterro, mas me neguei a sepultar meu pai naquela cova cheia de material contaminado. É um absurdo” – disse, indignado.
Já o escrevente Kleydson Kriger, que também chegou ao local com parentes para enterrar o tio Leonildo Pereira do Nascimento, 65, afirma que não havia outra área disponível no cemitério para abertura de nova cova. “Minha família não aceitou que o corpo do meu tio fosse enterrado na cova cheia de material hospitalar e como não tem outra área disponível, fizemos o enterro na mesma cova do meu avô, que também está sepultado aqui” – detalha.
JORGINHO CABEÇÃO
O vereador Jorginho Cabeção alerta também para a falta de manutenção no cemitério do Bairro Aviação. “Está sujo e cheio de mato. Fiz fotos e vou acionar o Ministério Público para que sejam tomadas as providências. São Mateus precisa de um novo cemitério e cabe ao prefeito localizar uma área e mandar o projeto de lei para que a Câmara possa autorizar a compra” – disse o vereador, indicando ainda que a Câmara poderia aprovar uma área que fosse doada ao Município.
Secretário de Obras, Infraestrutura e Serviços Urbanos, Valter Pigati informou à Rede TC que no local onde a cova foi aberta funcionou um aterro de lixo hospitalar nos anos 80 e que, por isso, assim que foi detectada a situação, o Município providenciou uma nova área dentro do cemitério para realizar o sepultamento e a família fez o enterro ainda na tarde dessa sexta.
