DESCASO NA 101
A pandemia começa a dar sinais de que está finalmente chegando ao fim, as pessoas iniciam a retomada das rotinas diárias e, como consequência, as rodovias ficam mais movimentadas. No entanto, parece que a Eco101, concessionária que controla a BR-101, o principal corredor logístico do País, não segue no mesmo ritmo e está parada no tempo. Ainda é um absurdo constatar as longas filas que formam nos pedágios. Na tarde de quinta-feira, por exemplo, um motorista registrou as filas na praça de pedágio da Paulista, sentido sul, demonstrando que é urgente, não somente duplicar a rodovia, mas também agilizar o atendimento para que o cidadão, já penalizado pelas péssimas condições da via, não tenha ainda mais prejuízos ao pagar por um serviço de péssima qualidade. Até quando?
DA VITÓRIA
O deputado federal Josias Da Vitória tem caminhado muito pelos municípios capixabas, principalmente os do norte do Estado. Em suas andanças, enfatiza muito os feitos do governador Renato Casagrande. Nos bastidores da política, comenta-se que ele vem se gabaritando para ser o candidato a vice-governador de Casagrande. Deputado estadual por três mandatos e federal desde 2019, Da Vitória é policial militar reformado e tem mantido muita influência junto a essa categoria profissional, seja entre os praças ou os oficiais.
VIATURA
Nesta semana, Da Vitória recebeu na capital capixaba os delegados Leonardo Malacarne e Isaac Gagno, da 18ª Delegacia Regional de Polícia Civil em São Mateus, a quem entregou uma viatura que deverá ser usada para reforçar o combate à criminalidade no Município. Ao realizar a entrega, comentou: “Uma solicitação feita pelo nosso mandato. Agradecimento ao governador Casagrande e ao delegado-chefe da PCES, Dr. Arruda, pelo investimento na segurança pública dos capixabas”.
JACQUELINE MORAES
Já a atual vice-governadora do Espírito Santo, Jacqueline Moraes, deve mesmo concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ela mesma já se declarou como pré-candidata a deputada federal. Durante o mandato de vice-governadora, ela atuou em consonância com o governador Renato Casagrande sempre participando das agendas oficiais. Por três oportunidades assumiu interinamente o governo e não criou nenhum tipo de atrito. Nos bastidores políticos comenta-se que ela tem grandes chances de assumir uma das dez cadeiras que o Espírito Santo tem direito no parlamento federal.
CASAGRANDE
Era grande a expectativa de que o governador Renato Casagrande assumisse a pré-candidatura à reeleição durante o congresso do PSB realizado no dia 27. No entanto, ele não confirmou naquela oportunidade e nem durante a semana publicamente se será candidato à reeleição. Casagrande também não declarou ainda quem irá apoiar para presidente da República. Embora a relação com o PT tenha ficado arranhada após a visita de Sergio Moro ao Espírito Santo, o partido continua nos planos de Casagrande. O próprio presidente do PSB, Alberto Gavini, comentou sobre a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao Governo do Estado e chegou a admitir que os dois partidos podem se juntar no decorrer das costuras eleitorais. Casagrande quer montar uma frente ampla para disputar mais uma vez o Palácio Anchieta e, para isso, depende do desenrolar da trama partidária que envolve, dentre outras legendas, o PT.
PSB E PT
As fichas do governador Renato Casagrande estão lançadas no fato do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ter se filiado ao PSB com vistas a ser o vice de Lula nas eleições presidenciais. Isso abriria caminho para uma aliança no Espírito Santo entre os dois partidos. A saber…
GUERINO ZANON
Guerino Zanon renunciou ao mandato na Prefeitura de Linhares confirmando o que havíamos informado aqui de que ele está de fato determinado a disputar a principal cadeira do Palácio Anchieta. Ele se desfiliou do MDB e deve confirmar a filiação ao Partido Social Democrático, o PSD de Gilberto Kassab. No Espírito Santo, o PSD está sob a batuta do ex-governador Paulo Hartung e do ex-deputado federal José Carlos da Fonseca Júnior, o Zé Carlinhos. Tudo parece indicar que Guerino será candidato ao governo estadual com o apoio ostensivo, ou não, de Hartung. Se confirmada a candidatura de Guerino, deve-se observar qual será a reação do ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos, que também andou caminhando pelo interior do estado com esse mesmo propósito.
PSD E PT
Não será surpresa para este colunista se o PSD de Guerino Zanon e o PT fecharem uma aliança para as eleições para governador do Espírito Santo. É verdade que o PT e o PSB estarão juntos na campanha nacional para presidente e em vários estados. Mas é igualmente verdade que Lula e o presidente do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab, mantêm bom diálogo e o PT e o PSD também estarão juntos em campanhas estaduais, como em Minas Gerais, onde o PT deve apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, na disputa ao governo mineiro. Com as rusgas entre o PT e o PSB por conta da recepção que Casagrande fez ao ex-juiz Sérgio Moro, é possível que Guerino Zanon venha a ter um candidato a vice-governador indicado pelo PT capixaba.
NEGACIONISTA OU
NACIONALISTA?
A fala do ministro da Ciência Marcos Pontes nesta semana “bugou” –como se diz na linguagem moderna para demonstrar que a pessoa ficou confusa– a mente de muitos brasileiros. Segundo o ministro, ele está tentando convencer o presidente Jair Bolsonaro a tomar a vacina nacional contra a covid-19. Em resposta ao ministro, segundo o próprio, o presidente disse que iria pensar. Para alguns analistas políticos, a imunização do presidente pode funcionar como um marketing positivo na campanha. É que o presidente foi negacionista, principalmente com a vacina, o tempo todo e, agora, poderá tomar uma vacina nacional e dar a volta por cima apresentando-se como nacionalista. Mas como a vacina tem previsão de ficar pronta em outubro, a estratégia seria, inclusive, incluir Bolsonaro na fase de testes do imunizante. Ah tá! Logo ele, que já espalhou aos quatro ventos que as vacinas que foram testadas e tiveram a eficácia comprovada pela ciência colocavam o brasileiro em situação de cobaia. É mesmo a política!
FAZ QUE VAI E…
Apontado por alguns comentaristas políticos como o principal ator pela eleição de Jair Bolsonaro –já que mandou prender o principal concorrente em um processo irregular, e anulado, com o ex-magistrado sendo declarado parcial –, Moro chegou a rodar o Brasil em busca de apoio para uma possível candidatura à presidência. No entanto, na quinta-feira mudou de ideia e de partido, sendo anunciado como pré-candidato a deputado federal. Ontem, ele mudou de novo e disse que não renunciou à candidatura a presidente e que não será candidato a deputado federal. Desse jeito ele vai confundir o narrador desse jogo: “bola com Moro, faz que vai, mas não vai, mas acabou ‘fondo’”.
EMPREGOS
O mercado de trabalho no Brasil precisa melhorar urgentemente. Apesar de ter sido anunciado com alarde pelo Governo Federal, enfatizando que o número de novos postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro (328.507) foi maior do que janeiro (150.355), esse número fica menor quando comparado com o mesmo período do ano passado. Em fevereiro de 2021 foram criados 397.463 empregos formais no Brasil. O resultado deste ano é 17,34% menor do que o de 2021. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
PRECARIZAÇÃO
DA RENDA
A série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, iniciada em 2012, mostra que o Brasil fechou 2021 com mais desempregados que antes da pandemia, enquanto a renda média dos que ainda conseguem ocupação caiu ao menor nível. A renda média do brasileiro no último trimestre de 2021 caiu 10,7% em comparação com o ano anterior. Também recuou 3,6% em relação ao terceiro trimestre de 2021. E esse rendimento menor na renda do brasileiro reflete a escalada da inflação, que bateu de maneira pesada em itens básicos para o consumo da população. Entre ficar sem receber ou ganhar menos, parte das pessoas está se inserindo no mercado com uma renda menor. Elas precisam pagar suas contas. Com isso, constata-se menos emprego e precarização da renda do trabalhador, receita perfeita para a corrosão da economia a curto prazo.
NEGOCIAÇÃO
DE SALÁRIOS
E as negociações coletivas de salários no início deste ano não melhoram o cenário para o trabalhador. Algumas que já foram concluídas mostram que os reajustes estão ficando abaixo da inflação, que bate nos 10,6% acumulados em 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A gravidade está no fato de que o trabalhador brasileiro já está acumulando perdas salariais desde antes do início da pandemia e, agora, essa perda é majorada com a alta da inflação e reajustes abaixo desta régua. No entanto, como muitas empresas não previram a alta da inflação e, consequentemente, correções nestes níveis, os sindicatos, encontrando dificuldades para fechar acordos, acabam se conformando com reajustes menores.
CONSUMO EM BAIXA
E para completar o quadro nebuloso da economia, uma pesquisa realizada no Espírito Santo mostrou que a consumo das classes C e D recuou em fevereiro 3,9% em relação a janeiro, seguindo a tendência nacional, que registrou queda no consumo de 3%. Os setores que contribuíram com a queda no consumo dos capixabas foram os de prestadores de serviços (-24%), transporte (-22%), drogaria/farmácia (-15%), diversão e entretenimento (-14%), restaurante (-9%) e lojas de roupas (-6%). O principal gasto das famílias continua sendo com supermercados (37%). Com o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o orçamento mensal fica sobrecarregado e não sobra dinheiro para pequenos ajustes na casa ou para comprar aquela roupa nova, por exemplo.
DINHEIRO PARADO
O setor de telecomunicações recolheu R$ 6,9 bilhões para fundos setoriais em 2021. Este valor foi impactado no ano passado pelo Leilão do 5G. Outro dado importante mostra que, desde 2001, cinco fundos setoriais já recolheram R$ 226,9 bilhões, mas apenas 8,3% deste total foram aplicados. Um destes fundos, o Fust, trata da expansão e democratização da banda larga, que tem o objetivo de ofertar internet de graça para as camadas mais pobres da população, como em escolas públicas e praças, além de atender às áreas rurais. O fato é que este dinheiro está parado, enquanto a população fica longe do alcance dos benefícios que ele poderia proporcionar, principalmente no período de pandemia, quando ocorreu o advento das atividades remotas.
ERA UMA VEZ…
E por falar em trabalho remoto, era uma vez um mundo em que todos trabalhavam cinco dias por semana dentro das empresas. Esse novo conceito que apareceu durante a pandemia tem se tornado cada vez mais realidade, em especial para as organizações mais estratégicas que entenderam que os profissionais têm buscado equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Muitas, aliás, já se acostumaram ao conceito de “no where”, ou seja, não importa de onde os colaboradores estejam trabalhando, desde que mantenham a produtividade em dia.
CREA-ES
O Ministério Público Federal no Espírito Santo recomendou que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES) exonere, no prazo de 90 dias, todos os servidores ocupantes de cargos comissionados que não estejam exercendo função de chefia, direção e assessoramento, e que realize concurso público para a contratação de funcionários efetivos, com publicação do edital também em até 90 dias. O Conselho justificou que o cancelamento do concurso de 2014, o Plano de Demissão Voluntária e a pandemia causada pela covid-19 contribuíram para a falta de pessoal, que foi temporariamente mitigada pela contratação de empregados comissionados. Além disso, reconheceu a necessidade de realização de concurso público para o provimento de seus cargos efetivos.
