Com 448 estudantes com necessidades especiais, a inclusão escolar é um desafio para a rede municipal de educação. Com a integração em classes de aula regulares, todos os alunos compartilham as mesmas experiências e aprendizados, sejam os estudantes com ou sem necessidades educacionais especiais. Mas todo o esforço vale a pena ao se perceber a dedicação e superação das dificuldades enfrentadas.

Segundo a secretária municipal de Educação, Luciana Moreira Costa, a maioria das unidades escolares de São Mateus possui demandas para profissionais da Educação Especial. “A Rede Municipal de Ensino de São Mateus possui 108 unidades escolares. Os profissionais de apoio a inclusão são o professor do Atendimento Educacional Especializado – AEE, professor Auxiliar da Educação Especial, professor do Atendimento em Ambiente Domiciliar, Tradutor/Intérprete de Libras e Cuidador. Eles são encaminhados pela Secretaria de Educação de acordo com a necessidade da Escola ou do Centro de Educação Infantil para atender a especificidade do estudante”.

No entanto a quantidade de professores inscritos e disponíveis para contratação é mínima. Essa situação gera demora e automaticamente transtornos para os gestores das escolas junto aos pais e responsáveis das crianças, que necessitam de acompanhamento para terem seus direitos garantidos. “Vários profissionais inscritos e classificados não comparecem para a escolha e ainda outros solicitam reclassificação, o que requer que o RH (recursos humanos) submeta a novas convocações”, esclarece Luciana.

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Outro ponto que aos poucos está sendo mitigado é a acessibilidade em alguns prédios escolares, que não possuem a arquitetura adequada para estudantes com limitações nos movimentos. A modificação desses prédios é uma das providências que poderá auxiliar na permanência dos alunos nas escolas. Luciana assegura que “a Secretaria Municipal de Educação entende a importância de garantir a permanência e a apropriação de conhecimentos aos estudantes, cujas condições de aprendizagem demandam intervenções mais específicas, intensivas e sistemáticas”.

Luciana ressalta que os profissionais que trabalham com os estudantes público-alvo da Educação Especial devem, além da formação acadêmica, possuir também conhecimentos específicos. “Para os cargos de Professor Auxiliar de Educação Especial e Professor do Atendimento em Ambiente Domiciliar devem ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área”.

A secretária orienta aos pais e responsáveis dos estudantes que precisam de acompanhamento do professor auxiliar que apresentem laudo médico na unidade escolar no momento da matrícula. O mesmo deve ser feito caso aconteça transferência durante o ano letivo. “Mediante o laudo médico, o diretor escolar apresenta a demanda junto à Secretaria de Educação, por meio de formulário específico encaminhado pelo Setor de Educação Especial. Após a análise, encaminha-se o quadro de vagas para a contratação do profissional”.

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Um mês após o início das aulas, falta de professor auxiliar é suprida na escola CAIC

Pai de filho autista, Ézio Pereira Barbosa enfrentou dificuldades na Rede de ensino municipal de São Mateus no início do ano letivo. O filho dele, de 7 anos, está matriculado na segunda série do ensino fundamental e não estava sendo acompanhado por professor auxiliar, ao qual tem direito. O problema foi equacionado na segunda-feira (7).

A criança estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dora Arnizaut Silvares – CAIC, no bairro Santo Antônio, e começou o ano letivo sem o acompanhamento do professor auxiliar. Ézio conta que conversou “com o diretor da escola e os responsáveis para conseguir os recursos. Fui à secretária de Educação também e disseram que resolveriam. Esta semana, na segunda-feira, uma professora começou a acompanhar o meu filho e um outro aluno que também é autista”.

A Secretaria de Educação esclarece que o município tem o prazo de 60 dias para realizar as contratações de professor auxiliar de educação.

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Segundo Ézio a professora auxiliar contratada atenderá os dois estudantes público-alvo da Educação Especial. Ele foi informado pela escola que a contratação vai funcionar como um teste. Ézio afirma que “me disseram que é um professor por turma e não por aluno. E caso ela não consiga atender aos dois, vão contratar outro”.

Ézio está satisfeito com a presença da professora em sala de aula, mesmo que esteja auxiliando dois estudantes e torce para que tudo corra bem. “Espero que não tenha problema. Não sei qual é o grau de autismo do outro aluno. Segundo os professores, é baixo, porque se for elevado acho difícil um único professor dar conta”.

Foto do destaque: Divulgação

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