“A avaliação do governo está muito boa, do governador está muito boa, então é a hora certa para passar o bastão”. Com essa convicção, o governador Paulo Hartung reafirmou ontem que não há chance de rever a posição anunciada no dia anterior e disputar a reeleição ao Governo do Estado. Em entrevista coletiva no Palácio Anchieta, ele reforçou que a decisão está tomada. “O gesto que estou praticando é claro, é transparente”, reiterou. Como a TC antecipou na edição de terça, Hartung explicou que o momento é de renovação, lembrou que a atual gestão dele serve de exemplo para o País e agradeceu aos capixabas, pelos três mandatos de governador, e à equipe de governo, que classificou como muito boa. “Na história do Espírito Santo, nenhum político ocupou o cargo de governador por três mandatos”, recordou.
Paulo Hartung enfatizou que não participará do processo de escolha de um nome para concorrer à sucessão e que o legado que deixa aos capixabas é “a experiência boa administrativa e política que traçamos”. Frisou que quem deve decidir candidatos são as lideranças políticas e o povo. Revelou também que ainda não definiu apoio na eleição presidencial. “O que tenho é uma preocupação muito forte com o rumo do País. O País não aguenta mais quatro anos de aventura. Está na hora de colocar esse trem chamado Brasil em cima dos trilhos”.
O governador reiterou a importância da renovação. “Foram três mandatos, graças a Deus, muito bem-sucedidos, posso dizer isso agora”. Dirigindo um recado à juventude, Hartung frisou que não está virando as costas para a política e avaliou que as instituições estão velhas, ultrapassadas, indicando que as legislações partidárias e eleitorais precisam ser mudadas.
“Vou militar até o último dia deste mandato para fazer o melhor pelos capixabas. Depois, sem mandato, vou continuar militando, escrevendo artigos. Estou escrevendo um livro sobre esse período de governo que acho importante. Estamos produzindo um legado significativo para o Espírito Santo e para o Brasil” – disse Hartung, indicando que deve lançar o livro nos próximos meses.
Mais uma vez, criticou as manifestações por intervenção militar. “Isso é um pouco de desconhecimento da história do nosso País. Intervenção militar não é caminho, é descaminho. O que o ser humano conseguiu inventar de melhor é a democracia”.
Sobre boatos que surgiram em torno da decisão de não disputar a reeleição, enfatizou que está bem de saúde, adiantando que tem um procedimento médico agendado para a próxima semana, e que a decisão foi pessoal, “bem amadurecida”. Recordou que, logo após ter sido eleito para o terceiro mandato, ainda em outubro de 2014, já havia dito que não disputaria a reeleição.