Menos dinheiro circulando, com boa parte da população brasileira com abalo financeiro. Para vendedores de palmito e peixes de São Mateus, esse é o principal fator para que o movimento por produtos das ceias de Semana Santa esteja menor que em anos anteriores, inclusive menor até que nos dois primeiros anos da pandemia.

Vendedores de palmito nas adjacências do Mercado Municipal ouvidos pela Rede TC de Comunicações nesta terça-feira, Renana Cesana, o Pintinho, e Rosângela da Conceição dos Santos constatam queda de pelo menos 50% na procura de palmitos em relação a 2019, antes do início da pandemia.

“O motivo é a situação financeira e essa pandemia. O pessoal com problemas financeiros, muitos sem emprego. Está faltando dinheiro no Brasil todo e as vendas estão mostrando isso” – aponta Pintinho.

Sem especificar quantidade, ele relata que a procura por palmito é menor, inclusive, em relação aos dois primeiros anos de pandemia. Diante do cenário, resolveu baixar o valor do produto. No ano passado, por exemplo, comercializava a peça por R$ 50 ou R$ 60. Nesta semana iniciou as vendas com preço de R$ 40. Nesta quarta-feira, precisou baixar para R$ 30 para conseguir vender o produto a tempo.

Rosângela também sustenta que a baixa procura por palmito é realmente devido à crise financeira da população. Ela relata que em relação ao ano passado, a queda nas vendas é de 30%. Para não levar prejuízo, a vendedora disse que colocou o preço um pouco acima do ano passado, na qual tinha peças de R$ 30 e R$ 25, de acordo com o tamanho. Neste ano, as peças de palmito estão sendo vendidas a R$ 40 ou R$ 50.

 

 

 

Piores vendas em mais de 20 anos

 

São Mateus – Proprietária de uma peixaria no Mercado Municipal, Maricélia Silva dos Santos, da Casa do Peixe, detalha que está no mercado desde 1991. De acordo com ela, este ano registra o pior movimento na venda de pescados da Semana Santa desde então, ou seja, em mais de 20 anos.

Ela reflete que a queda nas vendas não está liga apenas a questões da pandemia, mas principalmente no custo de vida da população que na avaliação dela está alto. O movimento, segundo a comerciante, está 30% menor que em 2021. “O que acontece é que o salário não aumentou muito, mas tudo teve um aumento muito grande. Então, quem comprava dez quilos de peixe, começou a comprar cinco” – analisa.

Maricélia destaca que comercializa peixes de água doce e salgada, com preços a partir de R$ 13 o quilo até postas de robalo a R$ 55. Mas diante do cenário, resolveu colocar outros peixes como corvina (R$ 20) e tilápia (R$ 18) em promoção. O objetivo é conseguir vender o estoque destinado à Semana Santa. Conforme disse, em geral, os peixes estão 5% mais caros em relação aos preços do ano passado. Contudo, afirma que as despesas estão maiores, o que afeta a lucratividade.

Para o vendedor Elias Medeiro da Silva, que trabalha no Mercado Municipal, o movimento nesta Semana Santa teve uma queda de 50% em relação ao ano anterior. Porém, afirma que está na expectativa de que nesta quinta-feira o movimento aqueça, acreditando que a população “deixa para a última hora”.

Elias explica que trabalha com peixes de água doce, com preço médio de R$ 20 e R$ 25 o quilo. “Mais ou menos o mesmo preço do ano passado. Se aumentar, não vende mais” – afirma.

 

Foto do destaque: Wellington Prado/TC Digital

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here