O ponto de alerta para o Comitê de Preparação da Crise, estabelecido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), é Caravelas, no sul da Bahia, localizado a cerca de 200 quilômetros de São Mateus. Caso a mancha de óleo que atinge praias do Nordeste chegue a esta região, onde está localizado o Arquipélago de Abrolhos, o Espírito Santo acenderá a luz vermelha, conforme a Assessoria de Comunicação da Seama relatou à Rede TC, no início da noite desta quarta-feira (23).

No entanto, de acordo com o secretário de Meio Ambiente de São Mateus, Antônio Ricardo Cassa Louzada, “não é hora de alardear”. Ele frisa que, respeitando o comitê estadual que foi criado, o Município também já tomou algumas providências, como identificar as empresas que podem ser acionadas para recolher o material e também voluntários que poderão atuar no recolhimento do óleo nas praias.

Ele relata ainda que o Ceunes criou um pré-cadastro e está inscrevendo estudantes voluntários. Membro do conselho gestor da Unidade de Conservação de Barra Nova, Ricardo afirmou que já mobilizou moradores para atuarem naquela área, se for necessário. “A gente precisa entender que tipo de problema tem lá pra cima”, afirmou. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar Ambiental também se colocaram de prontidão.

De acordo com a Seama, ao atingir Abrolhos, o material pode continuar seguindo em direção ao litoral, tanto quanto pode ir pela corrente marinha para alto-mar.

POSSÍVEIS ROTAS DA MANCHA DE ÓLEO

A assessoria da Seama afirma que, de acordo com o monitoramento feito pela Marinha do Brasil, há algumas peculiaridades em relação ao destino que a mancha de óleo pode tomar caso chegue ao extremo-sul da Bahia. De acordo com a Secretaria, ao atingir Abrolhos, o material pode continuar seguindo em direção ao litoral, tanto quanto pode ir pela corrente marinha para alto-mar.

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CONCEIÇÃO DA BARRA

Nesta quarta-feira, a Prefeitura de Conceição da Barra anunciou ações que podem ser desencadeadas numa eventual chegada do óleo no litoral do Município. De acordo com mensagem enviada à Rede TC pela assessoria da Prefeitura barrense, “o objetivo é agir de forma preventiva para que o produto que atingiu praias do Nordeste seja retirado com rapidez, caso chegue ao balneário”.

O plano prevê ações como criação de um cadastro de voluntários, orientação e treinamento de equipes, aquisições de equipamentos de proteção individual e de estruturas para armazenamento temporário do material, entre outras.

O paraíso natural de Morro de São Paulo foi atingido pela mancha de óleo na terça-feira (22). -Foto: Alex Oliveira/Divulgação

TREINAMENTO NA BAHIA

Nesta sexta-feira (25), o secretário de Meio Ambiente de São Mateus, Antônio Ricardo Cassa Louzada, participa de um treinamento oferecido pela Prefeitura de Porto Seguro, com foco na capacitação de pessoas que atuarão na retirada do material das praias. Também em Porto Seguro acontece neste final de semana, segundo Ricardo, uma reunião com cerca de 400 entidades representativas para tratar do assunto. Ele disse que poderá ir até Ilhéus, atingida pela mancha de óleo, para verificar a situação in loco.

Ricardo relata que obteve, junto à Marinha do Brasil, informações indicam que a mancha de óleo atingiu, nesta quarta (23), no ponto mais próximo à Região Sudeste, o Município de Una, perto de Itabuna. Ele afirma que, até chegar a Caravelas, no sul do estado baiano, a mancha ainda precisa passar por Canavieiras, “que é uma praia extensa”, Belmonte, Santa Cruz de Cabrália, Porto Seguro e Prado, por exemplo.

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“Eu não preciso ficar doido, desesperado, aqui hoje, apesar de saber que é um problema que precisa ser acompanhado. Não adianta comprar material, como luvas, a título de emergência. Não adianta eu endoidar aqui. Não é hora de alardear. Momento é de prudência, para não criar um pânico que não existe” – complementa o secretário.

Para tentar dar uma resposta definitiva sobre o acidente ambiental que polui o litoral do Nordeste, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão produzindo um estudo completo da costa brasileira. -Foto: Ascom-UFRJ/Divulgação

Cientistas da UFRJ preparam estudo de toda a costa brasileira

Para tentar dar uma resposta definitiva para o acidente ambiental que polui o litoral do Nordeste, cientistas do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) estão produzindo um estudo completo da costa brasileira. As informações são da Assessoria de Imprensa da UFRJ.

De acordo com a Universidade, no entanto, os cientistas Luiz Landau e Luiz Paulo Assad não falarão com a imprensa até que o estudo esteja concluído. Eles chegaram a indicar que o ponto de origem do despejo de óleo estaria numa área entre 600 e 700 quilômetros da costa brasileira, numa faixa de latitude com centro na fronteira entre Sergipe e Alagoas.

A explicação da assessoria da UFRJ é “para que não tenha informações desencontradas”. A expectativa da Universidade é que os estudos fiquem pronto nos próximos 30 a 45 dias, podendo os pesquisadores darem informações antes mesmo do fim deste prazo, caso seja necessário.

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Comitê de Preparação da Crise foi estabelecido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) alinhado com Iema, Agerh, Defesa Civil, Ibama, ICMBio e Marinha do Brasil (Capitania dos Portos do Espírito Santo). REUTERS / Adriano Machado

Comitê estadual de preparação da crise articula reuniões no litoral norte

O Comitê de Preparação da Crise foi estabelecido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) alinhado com Iema, Agerh, Defesa Civil, Ibama, ICMBio e Marinha do Brasil (Capitania dos Portos do Espírito Santo). De acordo com a Assessoria de Comunicação da Seama, o objetivo é tratar da condução do plano de emergência, criado para construir ações preventivas sobre o óleo que avança na costa do Nordeste brasileiro.

“A Seama informa também que já está sendo articulada uma reunião com gestores municipais de Conceição da Barra, São Mateus e Linhares para unificação de informações e de ações preventivas. E, também, será agendada uma visita, de representantes da Seama e do Iema, à Bahia para verificação in loco dos procedimentos de governança e das atividades práticas de recuperação e limpeza das praias e do manuseio da fauna oleada, entre outras” – afirma.

A Seama esclarece ainda que não é possível precisar a chegada do óleo ao Espírito Santo, porém o monitoramento é contínuo. “A Secretaria está em contato permanente com os gestores costeiros baianos, e recebe a todo momento informações atualizadas dos órgãos federais de meio ambiente”.

São Mateus e Vitória-ES e Rio de Janeiro-RJ

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