Comerciantes de São Mateus saíram às ruas na tarde desta quarta-feira (17) em carreata contra o fechamento do comércio, determinada por decreto do Governo do Estado, com validade desta quinta-feira (18) até o dia 31. A manifestação reuniu empresários de lojas de diversos segmentos, além de donos de restaurantes e bares. O início da carreata foi na lateral da Praça Amélia Boroto e percorreu ruas e avenidas dos bairros Carapina, Fátima, Centro e Sernamby.

A carreata saiu da rua lateral da Praça Amélia Boroto. Foto: Wellington Prado/TC Digital

Em entrevista à Reportagem, o empresário Elias Silva, que administra restaurante e uma loja de ar-condicionado, disse entender que o fechamento do comércio não resolve a questão do aumento na transmissão do coronavírus. “Distanciamento social entre as pessoas resolve, mas sem fechar o comércio porque só aumenta o número de desempregados, que já ultrapassou qualquer limite no País, é loucura” – afirma. “Pais de famílias estão perdendo o sustento”, completa.

Elias: “Não pode colocar a culpa do coronavírus nos lojistas”. Foto: Wellington Prado/TC Digital

Elias afirma ainda que os comerciantes estão há um ano sofrendo com os efeitos da pandemia, com períodos de fechamento e redução no horário de funcionamento. Para ele, quem conseguiu sobreviver, desta vez, não conseguirá e poderá “quebrar de vez”.

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Comerciantes de São Mateus saíram às ruas na tarde desta quarta-feira (17) em carreata contra o fechamento do comércio. Foto: Wellington Prado/TC Digital

“Ninguém paga esse prejuízo. Já fizemos tudo, não pode colocar a culpa do coronavírus nos lojistas” – sustenta. A carreata terminou defronte ao centro administrativo da Prefeitura.

Daniel afirma que levará reivindicações de comerciantes ao governador

No fim da tarde desta quarta-feira (17), o prefeito Daniel Santana recebeu um grupo de comerciantes na sala de reuniões do centro administrativo da Prefeitura, reivindicando o não fechamento das lojas. O chefe do Executivo disse que entende o sofrimento dos lojistas e afirmou que levará ao governador Renato Casagrande as propostas definidas na reunião.

O prefeito Daniel Santana se comprometeu a levar as demanda dos comerciantes ao governador: Foto: Wellington Prado/TC Digital

Entre as medidas apresentadas está a flexibilização com funcionamento em períodos reduzidos durante a quarentena de 14 dias determinada pelo Governo do Estado ou redução para sete dias do período de portas fechadas. Além disso, foi solicitado que as óticas sejam enquadradas em áreas essenciais.

Daniel Santana se reuniria ainda nesta quarta-feira (17) de forma online com o governador e adianta que estará em Vitória nesta quinta-feira (8) para também dialogar com o Governo do Estado, com os pedidos dos comerciantes.

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O prefeito explica que o decreto municipal sobre a quarentena, que a previsão era ser assinado ainda nesta quarta, não pode legalmente reduzir as restrições estabelecidas pelo Governo. Por isso, se propôs a levar as demandas ao Estado.

A reunião teve a participação da presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Rúbia Schueng, secretários municipais e os vereadores Cristiano Balanga e Robertinho. Uma das manifestações mais impactantes foi de Edvander Alexandre Barbosa, que administra uma serralheria. Ele disse que prefere a morte de que ficar sem oferecer o sustento à família de forma digna.

“Doeu muito”, diz prefeito

O prefeito Daniel Santana disse que entende a manifestação realizada com carreata por comerciantes. Eles tiveram aqui com trio, se exaltaram. “A gente entende que tem que ficar exaltado mesmo, porque quando a pessoa pensa que o filho dele pode ter um alimento dentro de casa. A gente entende os lados, entende o governador do Estado, pois ele sabe muito bem a responsabilidade caso tenha um colapso no hospital, vai cair na conta dele” – sustenta.

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Daniel disse entender o desespero dos comerciantes. Foto: Wellington Prado/TC Digital

Daniel frisou que quando era criança na periferia conheceu o que é passar fome. Sendo assim, entende o desespero dos comerciantes, das pessoas que podem ficar sem o pão de cada dia caso deixem de trabalhar.

Inclusive, ele mostrou uma carta assinada por 13 comerciantes que participaram da carreata, se comprometendo a renunciar vaga de UTI para si e para os familiares, tanto em hospitais públicos ou particulares, caso estejam com covid-19, caso o Governo do Estado relaxe a medida de fechamento de comércio.

“Claro que esse documento não será usado, todos têm direito de atendimento, mas mostra que a pessoa está desesperada, se não morrer de covid, pode vir a morrer de fome. Então isso é uma coisa que me doeu muito e coloca para refletir. Eu sempre vou estar ao lado do mateense e do comerciante, eu sei que eles estão passando por um momento difícil”, reforça.

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