Em nota aberta da Diocese de Crateús emitida nesta terça-feira (17), o bispo Dom Ailton Menegussi se pronunciou sobre as ameaças de morte sofridas por ele e por quatro padres na cidade de Tauá (CE). Conforme relata, as ameaças que vêm recebendo iniciaram no final de 2022, há 10 meses. A situação foi tornada pública pelo padre Géu, na noite de domingo (15), na celebração por ocasião do encerramento dos festejos da padroeira de Tauá, Nossa Senhora do Rosário.

“Sem querer ferir quaisquer pessoas, nem confrontar desrespeitosamente a maneira limitada como algumas pessoas compreendem o processo de acompanhamento de jovens vocacionados, afirmo que temos sido injustamente responsabilizados, por familiares, pela morte trágica (suicídio) de um jovem que esteve conosco por tão somente quatro meses, em nossa Casa Vocacional, em Crateús. O fato ocorreu em sua casa, seis meses depois de ter deixado a Comunidade Vocacional” – explica o religioso.

Filho da Diocese de São Mateus, Dom Ailton explicou em carta a situação das ameaças sofridas por ele no Ceará.
Foto: Diocese de Crateús/Divulgação

Dom Ailton afirma que fez tudo que poderia ter feito para oferecer ao jovem recursos para um processo de integração pessoal. “Constatado que o mesmo não estava se sentindo bem no processo e que este caminho lhe era, no momento, mais exigente do que ele poderia responder, decidiu-se pelo desligamento do jovem da Comunidade Vocacional. Mesmo assim, a Diocese de Crateús ofereceu tudo o que foi possível (remédios, psicoterapia, despesa com deslocamentos) para que o mesmo continuasse a ser assistido. Em nenhum momento lhe faltou isso” – sustenta.

 

“Ele repousa nos braços do Divino Pai das Misericórdias”

 

Na nota apresentada pela Diocese de Crateús, Dom Ailton Menegussi relata que, infelizmente, aconteceu uma tragédia. “Lamentamos profundamente e acreditamos que ele repousa nos braços do Divino Pai das Misericórdias”.

O bispo de Crateús lamentou que, nos últimos anos, dezenas de famílias da Diocese, inclusive de Tauá, têm sofrido com esse tipo de perda de pessoas amadas. “Sempre nos solidarizamos com todas elas, pois entendemos tamanha dor. Por isso mesmo, jamais descuidaríamos de um jovem sob nossa responsabilidade” – manifesta.

Em outro trecho da nota, Dom Ailton disse que há dez meses, antes de registrar boletim de ocorrência em função das ameaças feitas a ele e a quatro padres, rezou ininterruptamente pela família do jovem, para que Deus consolasse e ajudasse a compreender que tanto a Diocese quanto a própria família fizeram o que poderiam ter feito.

“Rezo para que acolham essa dura experiência de perda de um filho amado e o entreguem aos cuidados de Deus Pai, na eternidade”, disse. Por fim, o bispo repudiou “certas atitudes falaciosas, baseadas em suposições” que surgiram em relação às ameaças.

 

Foto do destaque: Diocese de Crateús/Divulgação

 

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