Foto: Claudio Caterinque/TC Digital

Há cerca de seis meses apareceram dois cachorros abandonados na rua onde Fabiana Silva Souza mora, no Bairro Nova Conquista, próximo ao Fórum Estadual. Ela disse que ficou com dó dos animais e começou a alimentá-los, por isso acabaram ficando. Segundo Fabiana, os dois cães, um macho e uma fêmea, que ganharam o nome de Branquinha e Pretinho, chegaram ao local muito magros e machucados, com feridas expostas e infestados de parasitas.

Acontece que, na semana passada, a cadela Branquinha deu cria a dez filhotes. Com medo de que alguém possa fazer mal aos animais na rua, ela entrou em contato com a Rede TC, para pedir ajuda da comunidade, em busca de pessoas que queiram adotar os cães.

Foto: Claudio Caterinque/TC Digital

Fabiana relata que, com a ajuda da mãe e de vizinhos, ajudou a alimentar, dar água e a cuidar das feridas dos cachorros. Inclusive afirma que precisou dar alimentos até escondido, temendo que a comida, na rua, pudesse ser envenenada. Segundo ela, pessoas já fizeram maus-tratos com os animais, jogando água quente e espancando, e até ameaçando matá-los envenenando a alimentação. “Fiquei com dó. A gente cuida, dá comida, água e pede a Deus para que alguém venha buscá-los” – disse.

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Além de Fabiana, a dona de casa Júlia Cairu e a avó dela também ajudam a cuidar dos cães. Até as crianças que moram na mesma rua têm um cuidado especial com os animais. O macho Pretinho, às vezes some, e as ‘cuidadoras’ chegam a imaginar que alguém possa tê-lo matado.

RAÇÃO MOLHADA

Foto: Claudio Caterinque/TC Digital

Assim que Branquinha criou, Júlia disse que alimentou a cadela com reforço de ração molhada. “Assim que comeu, os peitos incharam e ela consegue amamentar os filhotes”. A maior preocupação da vizinhança é com os filhotes. Fabiana afirma que, na noite de quinta-feira (2), um vizinho colocou os cachorros dentro da garagem para protegê-los do forte temporal que atingiu a Cidade.

Fabiana conta que mora em casa alugada e que não tem permissão dos proprietários para criar animais domésticos. Ela diz que outros vizinhos também não têm condições para criar os cães.

Vipa diz que pode ajudar a encontrar lares adotivos para os cães

Foto: TC Digital

Presidente da organização não-governamental Voluntários Independentes Pelo Amigo (Vipa), com sede em Guriri, Maria da Conceição Gonçalves, a Ceiça, afirma que a entidade pode ajudar a encontrar lares adotivos para os filhotes. Ela explica que a ong não possui condições para abrigar os animais que atualmente são cuidados por Fabiana Silva Souza e seus vizinhos. De acordo com Ceiça, atualmente a estrutura, preparada para abrigar 50 animais, sendo 12 cães e 38 gatos, está com superlotação de 200 animais, sendo quase 50 cães.

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Ela detalha que a Vipa faz uma triagem e procura pessoas que possam fazer o apadrinhamento de vacinas e castração dos animais para que sejam doados. Essa triagem é feita por meio de lares temporários. De acordo com Ceiça, somente a ong faz o recolhimento de 60 a 80 animais abandonados por ano.

Segundo Ceiça, a política pública para animais errantes é a vacinação antirrábica. Ela afirma ainda que a Prefeitura fez a doação do terreno onde hoje está construída a sede da Vipa. “A Vipa tem o apoio popular até de pessoas de outros municípios da Bahia, por exemplo, que procuram a gente. Procuram-nos em casos de cavalos soltos, passarinhos e outros animais silvestres. Mas o nosso foco é cães e gatos. Hoje estamos devendo treze mil reais de ração e sem expectativa de receita. E a gente flerta com a possibilidade de não ter como alimentar esses animais” – relata.

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Médica veterinária da Vigilância em Saúde de São Mateus, Andrea Pariz afirma que o Município não possui abrigo para animais abandonados e que somente recolhe animais quando representam risco de transmissão de doenças, como raiva e leishmaniose, para humanos. Ela frisou que não há no Município nenhuma notificação dessas doenças.

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Quanto aos animais abandonados no Bairro Nova Conquista, Andrea Pariz afirmou que este é um problema social, educacional e cultural, não só de São Mateus, mas de todo o País. Ainda segundo a médica, dentro do Sistema Único de Saúde não existe orçamento para que o Município mantenha abrigo para animais abandonados.

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