ITALO NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O professor de história Marcelo Paixão fez, nesta quinta-feira (11), um discurso antes da leitura da ‘Carta às brasileiras e brasileiros’ na PUC-Rio relembrando o papel da universidade como abrigo de assembleias de entidades da sociedade civil durante a repressão da ditadura militar às manifestações em 1977.

“A PUC-Rio, ao contrário de outras instituições, resguardada em seu caráter pontifício, pôde manter aberta suas entidades estudantis e abrigava na sua vila de diretórios os encontros das entidades de todo o estado e do país”, contou ele, que participou dos atos à época.

“Neste pilotis em que nos encontramos reunidos, os atos públicos se sucederam na proteção do territorio da PUC. A repressão mais violenta não pôde se concretizar, como acontecera nas invasões aos campi da USP, da UnB e mesmo na PUC de São Paulo, embora helicópteros fizessem rasantes aqui, entre esses dois prédios, filmando, nos ameaçando, nos intimidando e lançando bombas de gás lacrimogênio.”

Paixão afirmou que a união da sociedade civil pela democracia há 45 anos mostra como atualmente “essa frente é decisiva para impedir hoje o avanço do menosprezo e do ataque às instituições democráticas e a toda história de luta pelas liberdades”.

“A democracia não será nesse país mais uma jovem assassinada. Liberdade e democracia não são dados da natureza nem dados da História. Dependem de nós e da nossa ação. Há muito o que fazer, como reconhece o texto da carta que será lida. Mas um passo está sendo dado aqui, agora, em vários cantos do país, lá no pátio das arcadas do São Francisco e aqui nos pilotis da PUC.”

 

Foto do destaque: Reprodução

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