Gestores de escolas particulares mateenses estão de acordo com a prorrogação da suspensão das aulas até o final deste mês de maio, conforme determinado pelo Governo do Estado. Eles são favoráveis que os estudantes somente voltem a frequentar o ambiente escolar quando as autoridades sanitárias disserem que é seguro.

LEIA TAMBÉM: José Adilson admite aulas até em feriados e conclusão deste ano letivo em 2021

No entanto os diretores das instituições ouvidos pela Rede TC relatam dificuldades em planejar o retorno às aulas. Eles afirmam que os desafios neste momento envolvem a redução de salários e carga horária dos profissionais, tanto de professores quanto dos técnicos-administrativos, e até descontos nas mensalidades.

Diretor-geral da Escola Master, Gleison Marcos Nimer afirma que os custos para manter a instituição neste período de pandemia são praticamente os mesmos de quando o funcionamento acontece normalmente. Marileni Gomes, diretora do Centro Educacional Ativa-Idade, afirma que, como alguns pais também tiveram redução nos salários, a instituição enfrenta algum grau de inadimplência, mesmo com descontos nas mensalidades.

Ex-secretária de Educação, Zenilza Pauli é a diretora da Escola Alternativa Lago dos Cisnes.

ALTERNATIVA

Já a diretora da Escola Alternativa Lago dos Cisnes, Zenilza Pauli, disse que não registrou, até o momento, nenhuma inadimplência e que a escola ofereceu aos cooperados 30% de desconto no rateio dos custos. “A nossa realidade é um pouco diferente da realidade da educação pública. Temos acesso à tecnologia, computador, internet e isso facilitou a nossa interação com os alunos. Paramos no dia 17, dois dias depois já estávamos com a interação com os alunos” – frisou.

Leia também:   Força Tática recupera carros roubados e detém dois em São Mateus

Ela enfatiza que os alunos participam de aulas em salas virtuais com professores, mesmo com carga horária menor. Porém explica que, como a proposta da Escola Alternativa é ser um espaço de convivência, a interação virtual não substitui isso. “Não é fácil, é um momento atípico, nada substitui a rotina dentro da sala de aula. Pelas nossas relações, nossa escola está para além do conteúdo. Temos buscado nos adaptar, criar situações, tentar facilitar a vida do aluno”.

Ex-secretária de Educação de São Mateus, Zenilza afirma ainda que o novo planejamento escolar usará a medida provisória que desobriga as escolas a manterem o calendário com 200 dias letivos, porém respeitando as 800 horas-aulas. Ela diz que não é possível ainda prever como será o novo calendário escolar e que avalia o processo semanalmente.

 

“Sobrevivendo com poucos recursos”

Leninha, diretora da Ativa-Idade: “Está sendo muito triste para nós, professores”.

Diretora do Centro Educacional Ativa-Idade, a pedagoga especializada em psicopedagogia Marileni Gomes, a Leninha, avalia que a suspensão das aulas continua necessária, mas pondera que a escola está enfrentando dificuldades. “Está sobrevivendo com poucos recursos, pois foi proposto aos pais pagamentos com desconto, e muitos, mesmo com desconto, não estão conseguindo honrar com o compromisso”, afirmou.

Leia também:   Docentes da Ufes mantêm greve e buscam apoio popular em São Mateus

De acordo com Leninha, foi feito também acordo com os funcionários de redução de horas de trabalho e a escola vem utilizando as reservas emergenciais, “que não é muita, pois acabamos de pagar o décimo-terceiro salário, férias dos funcionários e reforma do espaço escolar”.

Leninha explica que a escola não estava preparada para dar aulas virtuais. “Não faz parte da nossa filosofia de ensino, pois nosso objetivo está no ensino lúdico, com vivências e muitas brincadeiras. De repente, temos que estimular os nossos alunos a estarem na frente de um celular ou computador. Está sendo muito triste para nós, professores”.

A diretora afirma que os professores fazem vídeos contando histórias e enviam aos alunos. “Para compensar esse período sem aula, iremos estender as aulas até podermos recuperar os dias que ficarmos em isolamento social”.

 

“Nunca passamos por um momento parecido”

Gleison, diretor da Escola Master: gravação e edição de videoaulas e lives.

Analisando os desafios que tem pela frente, o diretor-geral da Escola Master, Gleison Marcos Nimer, ressalta que nenhuma instituição estava pronta para atender de forma diferente ao de costume “Ao longo de 25 anos trabalhando com a educação em São Mateus, nunca passamos por um momento parecido com este”, frisou.

Leia também:   Reunião define reintegração de posse de fazenda em São Mateus para o dia 30

Ele diz que não foram economizados esforços para realizar o atendimento aos estudantes neste novo contexto, e cita como exemplo o envio de atividades semanais, a criação de uma nova plataforma de ensino a distância, a preparação de um ambiente para gravação e edição de videoaulas e lives de professores com alunos.

“Estamos cientes de que há um imaginário na sociedade, de modo geral, que acham que as aulas online poderiam significar uma redução expressiva nos custos das instituições. Porém esse pensamento é equivocado e nossas despesas permanecem praticamente inalteradas. O custo mais representativo das escolas é com a folha de pagamento, seja docente ou técnico-administrativo” – complementa, afirmando que a escola está satisfeita com o resultado alcançado até o momento com as aulas não presenciais.

São Mateus-ES

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here