Com a Prefeitura trabalhando em regime de 24 horas para diminuir os efeitos dos temporais sobre São Mateus, o prefeito Daniel Santana espera a retomada da macrodrenagem o mais rápido possível para conter os alagamentos em Guriri.

As obras foram paralisadas há cerca de dois meses, após um grupo de representantes de associações, liderados por um dono de loteamento, conseguir embargá-las junto a Secretaria Estadual de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb).

Daniel Santana: “As pessoas não aguentam mais esse sofrimento, que são os alagamentos toda vez que chove”.
Foto: Secom-PMSM/Divulgação

De acordo com o prefeito, esse mesmo grupo tentou impedir, nesse fim de semana, a obra do canal na Décima Primeira Avenida, em Guriri Norte, para escoamento da água parada para o Rio Mariricu. Daniel afirma que “meia dúzia de pessoas, com interesses pessoais e políticos, liderados pelo ex-vereador Bazoninho, querem o ‘quanto pior melhor’, com interesses políticos e pessoais. E com isso, os que mais precisam são os que mais sofrem. Não admitiremos essas atitudes fascistas de forma alguma. Eleição tem que estar em pauta em época de eleição.”

As ações de drenagem do lado norte foram realizadas no sábado, escoando a água dos alagamentos para o Rio Mariricu.
Foto: Júnior Eler/PMSM

 

Modificação do projeto atrasaria obra em dois anos, afirma prefeito

 

“As pessoas não aguentam mais esse sofrimento, que são os alagamentos toda vez que chove” – diz o prefeito Daniel Santana, sustentando que a modificação do projeto original de macrodrenagem, que já está sendo executado pelo Governo Estadual, provocaria mais dois anos de sofrimento na temporada de chuvas.

O prefeito se refere ao tempo necessário à revisão dos estudos que embasaram a proposta original, à revisão dos estudos que embasaram o projeto alternativo, à adequação de todo o plano, à abertura de uma nova licitação e todos os liames burocráticos que envolvem uma obra dessa envergadura.

“Passamos quatro anos articulando a realização dessa obra, quase um ano até sair a ordem de serviço, e agora, com a obra iniciada, vem um grupo dizendo que o projeto não é bom?” – continua Daniel, reforçando que há interesse político por trás da ação: dois anos é o tempo que falta para as próximas eleições municipais.

 

Drenagem: problema que desafiou administrações passadas

 

Guriri enfrenta problemas de alagamento desde o início de sua urbanização, na década de 1970 –o primeiro grande loteamento foi feito pelo então prefeito Amocim Leite e a única ação que pode resolver o problema é a macrodrenagem.

Por tratar-se de uma obra cara, foi empurrada com a barriga por sucessivas administrações, até finalmente serem iniciados os trabalhos, graças à parceria entre o Governo do Estado –com larga experiência no assunto e diversas ações semelhantes em andamento, com sucesso, em várias regiões do Espírito Santo– e a Prefeitura de São Mateus.

O prefeito Daniel Santana comandou os trabalhos para drenar os alagamentos recentes em Guriri, que no final semana foram realizados no lado norte.
Foto: Secom-PMSM/Divulgação
O prefeito Daniel Santana comandou os trabalhos para drenar os alagamentos recentes em Guriri, que no final semana foram realizados no lado norte.
Foto: Secom-PMSM/Divulgação

Toda a macrodrenagem, do projeto à finalização da obra, está a cargo do Governo Estadual, o que inclui licitação, a contratação da construtora, as medições e os pagamentos.

 

GERAÇÃO DE EMPREGO

A macrodrenagem também tem forte apelo social, uma vez que a obra irá gerar dezenas de empregos durante um ano inteiro –além de dar melhor visibilidade ao Balneário de Guriri, que é visitado por turistas de várias regiões do Brasil e do mundo.

 

Sedurb detalha projeto de macrodrenagem em Guriri

O subsecretário estadual de Habitação e Gestão Integrada de Projetos, Carlos Cerqueira Guimarães, em documento enviado à Secretaria de Planejamento de São Mateus, detalhou os principais pontos do projeto de macrodrenagem de Guriri. Ele lembrou o know-how da empresa responsável pelo projeto, a KF2 Engenharia e Consultoria. A licitação realizada pelo governo estadual para a execução das obras foi vencida pela Lockin Construtora.

De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), o projeto da macrodrenagem de Guriri foi elaborado após pesquisas técnicas realizadas in loco, incluindo levantamentos topográficos, sondagens e estudos hidrológicos, que nortearam a concepção do projeto.

A Secretaria considera que o projeto é o mais adequado para o balneário, para a minimização das manchas de alagamento, consistindo em um “tronco” dimensionado com grande potencial de escoamento de águas pluviais, visando receber contribuições de outros projetos de microdrenagem.

No Atestado de Capacidade Técnica emitido pela Sedurb, são apresentados os serviços executados pela KF2, conforme descrição a seguir:

– Estudo Hidrológico, hidráulico e de soluções de Engenharia, que nortearam as definições e concepções dos projetos de Engenharia, com utilização de específicos para simulações de situações futuras por período de 10 anos.

– Levantamentos topográficos com cadastramento dos elementos existentes na área projetual, considerando inclusive as redes de infraestruturas do local. Foi levantada uma área de 386.238,95 m² num período de um mês.

– Estudos geológicos e geotécnicos, com sondagens a percussão e a trado, além de ensaios de solo para caracterização do solo, que subsidiaram as definições dos projetos.

– Estudos ambientais, com desenvolvimento do Plano de Controle Ambiental e Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), conforme exigência do órgão licenciador IEMA, considerando o uso e ocupação do solo, a permeabilidade do solo, o relevo, a pedologia, a geologia, os efluentes, a recuperação de possíveis áreas degradadas, entre outros.

– O Projeto de Drenagem considerou estudos dos escoamentos sob efeito das marés e contendo redes de galerias desde Bueiros Simples Tubulares de Concreto (BSTC), Bueiros Simples Celulares de Concreto (BSCC), Bueiros Duplos Celulares de Concreto (BDCC) e Bueiros Triplos Celulares de Concreto (BTCC), todos em seção fechada, sob pavimento, com extensão total de 13.536,00m.

– Projeto Estrutural e de Fundações, considerando contenções e estabilização geotécnica, fundação de valas para assentamento da rede de drenagem e escoramento de valas, cuja área é de 31.272,72 m².

– Projeto de Pavimentação para algumas vias que atualmente não possuem pavimentação e recomposição de pavimento para os trechos onde foram projetadas as galerias.

 

A EMPRESA

Responsável pela elaboração do projeto de macrodrenagem, a KF2 Engenharia e Consultoria é uma empresa sediada em São Paulo, capacitada para desenvolver uma ampla gama de serviços técnicos, tais como:

–  Infraestrutura Urbana e Rodoviária;

–  Estudos de viabilidade técnica-Econômica;

–  Projetos básicos e executivos de terraplenagem, geométrico, pavimentação e drenagem do sistema viário;

–  Dimensionamento de pavimentos, estudos hidráulicos e hidrológicos, projetos de travessias e canalizações;

–  Levantamentos planialtimétricos cadastrais de áreas urbanas e rurais.

 

Foto do destaque: Secom-PMSM/Divulgação

1 COMENTÁRIO

  1. De acordo com essa planta aí a drenagem nao passará nas áreas que mais alagam e que mais foram alagadas nessa ultima chuva, que coencidentemente foi exatamente onde foi feito a vala de dreagem de emergência após o alagamento, provavelmente por isso que os moradores querem alterar, se for, não adianta gastar dinheiro e não resolver o problema.

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