O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), ressalta que o Espírito Santo está no período menos chuvoso do ano. Isso significa que, caso o comportamento das chuvas permaneça conforme a climatologia, haverá a possibilidade de aumento do grau de severidade da seca.

De acordo com o Incaper, espera-se a volta regular das chuvas no Estado a partir da segunda quinzena de outubro, quando normalmente se inicia o período chuvoso. Até lá, o Instituto, assim como o Corpo de Bombeiros, orienta que os cuidados devem ser dobrados.

Segundo o Incaper, o momento atual da seca no Estado é considerado fraco. No entanto, a estiagem foi percebida desde o primeiro semestre deste ano em decorrência do baixo volume de chuvas na Macrorregião Norte. “Os registros nesse período ficaram abaixo da média histórica, variando de 100mm a 200mm”, detalha.

Neste fim de semana, o Instituto prevê chuvas fracas e rápidas em todo o Estado. O céu deve permanecer encoberto por todo o dia com as temperaturas variando entre mínima de 20°C e máxima de 23°C. Essa mudança no clima se deve à passagem de uma frente fria pelo Espírito Santo, segundo o Incaper.

 

Restinga é a vegetação mais afetada com incêndios na região, afirma secretário de Meio Ambiente

 

O secretário de Meio Ambiente de São Mateus, Antônio Ricardo Cassa Louzada, reforçou as orientações de cuidados que a população deve ter com a vegetação, em especial no período de seca. Em entrevista à Rede TC de Comunicações, ele disse que, somente neste ano, ocorreram três grandes incêndios na área de restinga em Guriri.

Leia também:   Incaper apresenta desempenho da produção agropecuária no Espírito Santo

“O primeiro grande incêndio que precisamos acionar o Corpo de Bombeiros foi no começo do ano, depois, em abril, e o mais recente agora em julho”, ressalta.

“É primordial que as pessoas não joguem ponta de cigarro em área de vegetação. O pessoal gosta de ficar na passarela vendo o pôr-do-Sol, alguns fumantes jogam [a ponta do cigarro aceso] na vegetação. Essa história de que fogo pega com caco de vidro que fica jogado é conversa. Todo fogo é alguém que colocou. Às vezes, colocam fogo em lixo e afeta a vegetação ou, ainda, colocam fogo de forma criminosa mesmo porque querem limpar a área e perdem o controle” – complementa.

Foto: Divulgação

Ricardo Louzada aponta ainda que a Secretaria de Meio Ambiente mantém o monitoramento constante das áreas, junto com as secretarias de Obras e de Defesa Social. Outra providência é manter um carro pipa abastecido e disponível em Guriri. “Ao menor risco de incêndio a gente manda o nosso carro e aciona os Bombeiros”, reforça.

“O que temos feito também é limpar a lateral das passarelas sob orientação do Corpo de Bombeiros e mediante autorização do Idaf [Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo]”. Ele afirma que a Prefeitura mantém um metro de largura limpo, com a poda da vegetação. “É preciso ter esse espaço e, caso haja fogo, ele não chegue até a passarela”, complementa.

Leia também:   Semana com tempo seco e quente no Sudeste

 

 

Corpo de Bombeiros chega a registrar até cinco incêndios por dia numa área de 4.722km²

 

Oficial de operações 1ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros de São Mateus, o tenente Fernando Monteiro da Silva afirma que atendimentos a incêndios em vegetação relacionados ao clima seco tem aumentado nos últimos dias.

“Na última semana tivemos no mínimo cinco incêndios em vegetação atendidos por dia, sendo que vários não conseguimos atender porque não havia viatura e efetivo suficiente para o combate” – frisa.

O tenente Fernando também afirma que Guriri é um dos locais mais afetados por incêndios, em especial na área de restinga. “Há incêndios em toda a nossa área de atuação, que somada dá 4.722 km². Mas os locais mais comuns são Guriri, APA Conceição da Barra –próximo a Meleira e Barreira– e na zona rural de São Mateus e Jaguaré” – detalha.

Segundo o oficial, é importante manter lotes, quintais e terrenos sempre limpos e não utilizar fogo, principalmente em período de estiagem. No caso de fogo, o tenente orienta combate-lo jogando água com uma mangueira, ou batendo galhos de árvores para abafar o fogo, caso ele ainda esteja no início. Se não houver a possibilidade de efetuar o combate, a pessoa deve entrar em contato imediato com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

Leia também:   Chuva faz Rio Grande do Sul declarar estado de calamidade pública

 

GRANDES INCÊNDIOS

O tenente Fernando destaca dois grandes incêndios ocorridos em 2015 e 2017 dentro da área de responsabilidade da 1ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros de São Mateus.

Segundo ele, em 2015 foram queimados cerca de 1.500 hectares em Itaúnas, Conceição da Barra, sendo que deste total, 800 hectares foi em área do parque estadual. “O fogo na vegetação começou no dia 25 de dezembro de 2015 e foi controlado 13 dias depois, no dia 6 de janeiro de 2016”, lembra.

Outro incêndio de relevância citado pelo tenente Fernando ocorreu em Sooretama, em área de mata fechada. Segundo ele, não é possível mensurar a extensão da área afetada. “O fogo na mata teve início no dia 20 de dezembro de 2016 e foi contido em 1° de janeiro de 2017, ou seja, 13 dias depois” – complementa.

 

Foto do destaque: Divulgação

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here