CLAYTON CASTELANI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa de Valores brasileira interrompia nesta quarta (2) a trajetória de alta dos últimos dias. Às 11h58, o Ibovespa recuava 0,64%, a 112.495 pontos. O dólar subia 0,64%, a R$ 5,3080.

A queda do índice de referência do mercado de ações e a alta da moeda americana ocorriam em meio à apreensão de investidores à espera da conclusão da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) do Banco Central, que deve determinar novo aumento acentuado da taxa básica de juros (Selic). O comunicado do Copom será anunciado após o fechamento dos mercados.

Uma pesquisa da Reuters com economistas mostrou que o BC deve promover nesta quarta um terceiro aumento consecutivo de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 10,75% ao ano, em tentativa de minimizar riscos de novas saídas de capital à medida que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) se prepara para começar a apertar sua própria política monetária.

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Foto: freepik.com

Apesar dos resultados parciais desta quarta, o Ibovespa acumula altas e, o dólar, quedas. Alguns participantes do mercado atribuem essa situação a ajustes nas apostas para aumentos de juros nos Estados Unidos, em meio a dúvidas sobre quão longe o Federal Reserve irá em sua tentativa de domar a inflação.

No momento, a visão predominante é de que o banco central americano elevará os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual em até cinco vezes ao longo deste ano, começando em março.

Isso, no geral, é visto como positivo para o dólar, já que juros mais altos elevariam a atratividade de se investir nos títulos soberanos dos EUA.

André Digiacomo, estrategista de juros e moedas para América Latina do BNP Paribas, afirmou, porém, que enxerga, no Brasil, fatores que poderiam proteger o real do impacto de eventual aperto monetário na maior economia do mundo.

“Além da alta da Selic, temos outros colchões: uma conta corrente em níveis mais sustentáveis, termos de troca melhores e preços altos das commodities”, disse o estrategista do BNP.

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A alta do petróleo é um dos componentes importantes da inflação global e, consequentemente, da elevação de juros nas principais economias. O barril do Brent subia 0,39%, a US$ 89,51 (R$ 472,64).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, um grupo conhecido como Opep+ e que produz mais de 40% da oferta global de petróleo, manteve sua meta de aumentos mensais de 400 mil barris por dia e justificou o aumento dos preços do petróleo pelo fracasso das nações consumidoras em garantir investimentos adequados em combustíveis fósseis à medida que mudam para energias mais verdes.

Os preços da commodity também estão pressionados por tensões entre Rússia e EUA. Washington acusa Moscou de planejar invadir a Ucrânia, o que a Rússia nega.

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones recuava 0,15%, enquanto S&P 500 e Nasdaq avançavam 0,42% e 0,51%, respectivamente.

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