Por unanimidade, a Câmara de São Mateus aprovou a criação do Horto Florestal Municipal Dr. José Carlos do Valle. A votação aconteceu na sessão de terça-feira (16). Para mostrar a viabilidade de um horto florestal municipal, o vice-diretor do Jardim Botânico Palmarum, do Ceunes, professor Luís Fernando Tavares Menezes, utilizou a Tribuna Livre a convite da vereadora Ciety Cerqueira.

De acordo com o Projeto de Lei 005/2023, enviado à Câmara pelo prefeito Daniel Santana, o horto ocupará uma área de 88.258,88 metros quadrados, no Bairro Litorâneo, ao lado da Fazenda Experimental do Ceunes.

O projeto de lei estabelece que o Horto Florestal Municipal “promova a execução de políticas públicas ambientais, culturais e turísticas, além da realização de pesquisa, programas e projetos de conservação e desenvolvimento da flora, com ênfase na flora regional”.

A convite da vereadora Ciety Cerqueira, o professor Luís Fernando Tavarez falou sobre a importância de um horto florestal para São Mateus e região.
Foto: Secom-CMSM/Divulgação

Entre os objetivos está a produção, o cultivo e o fornecimento de espécies arbóreas para atender a arborização urbana, recuperação e/ou restauração ambiental de áreas degradadas e/ou alteradas.

Ao defender a criação do Horto Florestal Municipal Dr. José Carlos do Valle, a vereadora Ciety salientou que a proposta nasceu de uma visita dela à Fazenda Experimental do Ceunes. Conforme lembrou a vereadora, o secretário municipal de Meio Ambiente, Ricardo Louzada, esteve na Câmara para esclarecer detalhes da criação do horto florestal.

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JOSÉ CARLOS

José Carlos do Valle, conhecido como Dr. José Carlos, morreu no dia 3 de agosto de 2018, em Niterói (RJ). Ele foi eleito vice-prefeito na chapa do prefeito Daniel Santana nas eleições de 2016 e desde 2017, exercia o cargo de secretário municipal de Obras e Serviços Urbanos.

Natural de Duas Barras, Rio de Janeiro, era médico veterinário e residia em São Mateus, onde constituiu família, desde o início da década de 70. É de conhecimento público os relevantes serviços por ele prestados ao Município no controle da febre aftosa, além da contribuição na evolução e qualificação da pecuária de corte e leite da região Norte, como funcionário da Emespe, empresa estadual.

Foto: TC Digital/Arquivo

Dr. José Carlos já atuou como secretário de Agricultura de São Mateus, nos mandatos dos prefeitos Gualter Nunes Loureiro e Wallas Batista Oliveira.

 

Desertificação é ameaça real na região, alerta professor

O professor Luís Fernando Tavares Menezes afirmou que a desertificação é ameaça real na região, com impactos do Rio Doce até a divisa com a Bahia. O entorno de Pinheiros, alertou, já é praticamente um deserto. “Foi justamente esta condição, os impactos da falta de vegetação, que fez ser criado aquilo que chamamos de Prodnorte, consórcio que reúne municípios do norte. A principal função do Prodnorte é combater a desertificação” – explicou.

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Luís Fernando destacou que há projetos ambientais sendo financiados por inúmeras organizações não-governamentais internacionais e também por instituições governamentais brasileiras. No Espírito Santo, ele lembrou que o Governo do Estado já assumiu compromisso de estar inserido na chamada Década de Restauração. “Isso equivale a recursos para serem transferidos para os municípios”.

O pesquisador do Ceunes comentou que São Mateus já teve mais de 120 madeireiras nas décadas passadas e, por conta dessa exploração de madeira, apenas restaram pequenos fragmentos florestais em algumas propriedades rurais. “Investir na recuperação ambiental, plantando em grandes áreas, é fundamental”.

Luís Fernando afirmou ainda que, para plantar, tem que ter mudas, o que não está ocorrendo no Espírito Santo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O professor observou que o único local com produção de mudas nesses estados está na Reserva da Vale, e a produção segue destinada a Minas Gerais.

Ele detalhou que o Ceunes desenvolve um projeto que atende uma pequena demanda, tendo oferecido mudas para restauração da restinga na orla de Guriri. Em dois anos foram produzidas 15 mil mudas pelo Centro Universitário. “Mas não temos condições de ficar produzindo essas mudas”, ponderou.

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Luís Fernando disse ainda que as mudas a serem produzidas no horto municipal, além de utilizadas para arborizar as ruas de São Mateus, podem gerar renda, ao ser disponibilizadas para terceiros e até outros municípios que hoje sofrem com a desertificação. O horto pode também, por exemplo, produzir mudas adequadas para renovação de lavouras cafeeiras no Município.

Foto do destaque: Secom-CMSM/Divulgação

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