Cada ano, com reverência e amor, os cristãos celebram o evento culminante de sua fé: a Páscoa de Cristo. Ela compreende tanto o mistério da cruz e da morte, quanto a alegria do triunfo e da ressurreição.  A Semana Santa – a Semana Maior no calendário cristão – faz reviver os passos mais decisivos da jornada terrestre de Jesus. O Domingo de Ramos nos coloca perante o grande desafio: Aclamar ou condenar? Seguir ou recusar Cristo? A Quinta Feira Santa nos recorda eventos extraordinários:  o lava-pés, a instituição da Eucaristia, o ministério ordenado e o mandamento novo.

A Sexta Feira Santa cobre de trevas a terra e os homens de confusão, por ter matado “Aquele, que passou a vida, fazendo o bem e curando todos os males”. O Sábado Santo é o dia de luto e de expectativa: Cristo repousa no sepulcro, depois de ter cumprida sua missão salvadora. A Vigília Pascal, vibrando com os seus cantos de Aleluia, celebra a vitória de Cristo sobre o seu Adversário, o Maligno; do Bem contra o Mal; da Vida contra a Morte. Sua Ressurreição é a culminância de toda a sua trajetória de Messias; é a aprovação do Pai para todos os seus atos e opções, desde o Natal, passando pela vida pública, até sua Paixão e Morte. Todos os cristãos, nesta noite santa, renovam as promessas de seu batismo e o compromisso de viver uma vida nova, de ressuscitados.

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E apontam ao mundo o segredo para descobrir o sentido autêntico da vida humana, vivida em plenitude: conhecer, amar, servir e seguir a Jesus Cristo, o Rei imortal e vitorioso dos séculos e da história. Pedro, no dia de Pentecostes, na praça de Jerusalém, proclama: “Não há outro nome, no qual o homem pode ser salvo”. Todo pessimismo e desesperança, a respeito do nosso futuro e do futuro da humanidade, é, assim, superado. Cristo, com sua Ressurreição, dignificou a vida humana, efundindo nos corações o seu Espírito e a vontade de fazer o bem e as sementes do Reino, que Ele semeou, crescerem e se fortalecerem: liberdade, justiça e fraternidade.

O Cristo ressuscitou de verdade: ó Rei, ó Cristo, piedade!” – canta a Igreja, neste dia. Ele, de fato, nos remiu, libertando-nos da inclinação para o mal, do espírito de egoísmo, vaidade, violência, cobiça, soberba e dominação e, vencendo o poder da morte, introduziu-nos no Reinado de seu Pai Amado.

A Campanha da Fraternidade deste ano – cujo tema, “Fraternidade e Amizade Social” e lema, “Somos todos irmãos e irmãs”, – tocou fundo a consciência de todos, despertando generosas ações de solidariedade, sobretudo, a favor das classes mais vulneráveis e necessitadas. Importa, agora, não ficarmos em ações isoladas e transitórias, mas optar por atitudes permanentes de amor ao próximo. Disse Jesus: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim”. O mandamento novo, que ele ordenou de praticar, “Amai-vos, como Eu vos amei”, é o doce legado, que ele deixou aos seus discípulos, para transformar a nossa sociedade de um mundo selvático em um convívio, onde todos são respeitados e amados.

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(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano e vigário cooperador da Paróquia São José, Serra-ES.)

 

Foto do destaque: TC Digital/Arquivo

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