SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, propôs em uma ligação telefônica a Vladimir Putin, presidente da Rússia, que seu país desempenhe um papel de mediação no conflito envolvendo a usina nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, de acordo com informações divulgadas por seu gabinete neste sábado (3).

“Erdogan indicou que a Turquia pode desempenhar um papel de facilitador, assim como fez no acordo de grãos”, informou o gabinete.

O documento, assinado em julho pela Ucrânia e Rússia e tendo a ONU e a Turquia como intermediadores, permitiu a exportação de milhões de toneladas de grãos bloqueados nos portos ucranianos do mar Negro devido à guerra.

Essa questão deve ser aprofundada entre os dois presidentes em um encontro marcado para acontecer nos dias 15 e 16 de setembro, no Uzbequistão, ainda de acordo com o gabinete.

No mês passado, o presidente turco fez uma reunião com o líder ucraniano, Volodimir Zelenski em Lviv, no oeste da Ucrânia, e mencionou preocupação com a integridade da usina. “Não queremos outra Tchernóbil”, afirmou ele, em referência ao acidente na usina nuclear ucraniana em 1986. Não há, porém, informações de que Erdogan já tenha proposto a mediação a Zelenski.

Kiev e Moscou trocaram, nos últimos meses, acusações sobre ataques à usina nuclear, a maior da Europa, ocupada em março pela Rússia durante a invasão à Ucrânia.

A missão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para avaliar a situação na usina, disse nesta quinta (1º) que os combates na região violaram “a integridade física” do local e que será necessário manter técnicos do órgão para mais apuração

A usina voltou a perder conexão com a rede elétrica ucraniana neste sábado, segundo a AIEA, que mantém um grupo de especialistas no local.

A instalação fica no limite da área ocupada pelos russos na região homônima, que não inclui a sua capital, também chamada pelo mesmo nome. Nas últimas semanas, houve uma intensificação nos combates na região, com os dois lados acusando o outro de atingir o terreno da usina.

Além do temor de que algum reator ou seus sistemas de resfriamento sejam atingidos, há o perigo ao redor, na forma de diversos depósitos de lixo radioativo. Se um deles for bombardeado, há o risco de contaminação em larga escala.

Foto: Pixabay
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