SIMONE MACHADO
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Seis pessoas da mesma família morreram em um grave acidente envolvendo dois veículos, em São João da Boa Vista (SP), neste domingo (9). Entre as vítimas está uma criança de dois anos. Um empresário que bateu sua caminhonete no carro da família foi preso.

Segundo a Polícia Rodoviária, o acidente aconteceu por volta das 5h30 no km 226 da Rodovia Dom Tomás Vaquero, que liga São João da Boa Vista a Vargem Grande do Sul -cidades do centro-leste do estado paulista.

O carro onde estava a família foi atingido na traseira por uma caminhonete dirigida pelo empresário Pedro Dutra Neto, de 36 anos. O veículo foi arrastado por cerca de 200 metros e pegou fogo em seguida.

Fábio Lemes Romualdo (à esq.), Jorge Batista Bovolenta, Rafael Aparecido Ribeiro, Irene Leme, Bruna Aparecida Veiga e Ana Paula Lemes morreram no acidente em São João da Boa Vista (SP) – Foto: Arquivo pessoal

Cinco ocupantes não conseguiram sair do carro e morreram carbonizados. Uma sexta vítima chegou a ser socorrida pelo resgate e encaminhada em estado gravíssimo para a Santa Casa da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu logo após dar entrada na unidade de saúde.

Leia também:   Estado de São Paulo registra primeira morte por febre amarela em 2024

As vítimas são Jorge Batista Bovolenta, 68, Irene Leme, 60, Fábio Lemes Romualdo, 40, Bruna Aparecida Veiga, 32, e duas crianças, uma de 12 e outra de 2 anos.

Ainda segundo a Polícia Rodoviária, o empresário que estava na caminhonete teve uma luxação no braço sendo encaminhado para um hospital particular. Ele já teve alta médica.
Os policiais que atenderam a ocorrência relataram que Dutra Neto apresentava sinais de embriaguez, porém o empresário teria se recusado a fazer o teste de etilômetro.

Na caminhonete, foram encontradas uma garrafa de vodca e uma pistola com munições em uma maleta. Segundo a polícia, o rapaz tem registro de colecionador, mas por não estar indo para um clube de tiro, o transporte da arma foi considerado irregular pela polícia.

Após passar por atendimento médico, o empresário foi encaminhado para a delegacia da Polícia Civil e preso por embriaguez ao volante, homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e porte ilegal de arma. Ele passará por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (10).

Leia também:   Estado de São Paulo registra primeira morte por febre amarela em 2024

Em depoimento à Polícia Civil, o empresário disse que voltava de uma confraternização quando o acidente aconteceu. Ele negou que ingeriu bebida alcoólica.

“Ele conta que o veículo em que estava a família saiu de um sítio próximo à rodovia e entrou na pista de uma vez, sem que ele tivesse tempo de frear ou desviar. O Pedro participou dessa confraternização, mas ele dormiu antes de pegar a rodovia e não estava embriagado. Nós lamentamos muito tudo o que aconteceu”, disse à reportagem o advogado Alisson Garcia Gil, que cuida da defesa do empresário.

Ainda segundo o defensor, Dutra Neto iria em um clube de tiro no domingo, por isso transportava a arma naquele momento.

“Ele tem toda a documentação da arma e possui autorização para o transporte. Como ele iria mais tarde em um clube de tiro, ele estava com ela no veículo. Não há nada de errado com relação a isso”, acrescentou o advogado.

ENTERRO DAS VÍTIMAS
As seis pessoas da mesma família foram enterradas na manhã de hoje, no cemitério municipal da cidade.

Leia também:   Estado de São Paulo registra primeira morte por febre amarela em 2024

Segundo a postagem da irmã de uma das vítimas, a família seguia para pegar um ônibus de excursão para um passeio em uma igreja católica em Tambaú, também no interior paulista, quando o acidente aconteceu. Após o passeio, a família iria a um restaurante.

“A família do meu irmão Jorge, o eterno Jorginho, faleceu em um acidente indo comer o peixe que minha cunhada Inere tanto queria. A família, que sempre foi unida, foi unida até o final”, diz trecho da postagem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here