MARIANE RIBEIRO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O estado de São Paulo tem 1.409 casos registrados da variante delta, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, e preocupa as autoridades. Na capital paulista, por exemplo, a variante já é responsável por 80% dos casos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.

O Hospital Geral de Guaianases, uma das referências para Covid-19 e que opera com 190 leitos exclusivos para pacientes com coronavírus, registrava, até esta quinta-feira (9), 90% de taxa de ocupação dos leitos de UTI e 45,3% de enfermaria, mas nenhum paciente com a variante delta no momento.

Mas, o aumento gradual na taxa de internação e no número de casos preocupa porque aponta para uma mudança no cenário da pandemia no estado.

“Não devemos ter um aumento muito grande de internações com casos muito graves porque a delta não tem essa característica. O problema dela é que a taxa de transmissão é muito alta”, explica Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da USP.

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Para a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o aumento de casos da variante no estado não é uma surpresa. “Esse avanço está dentro do esperado para essa variante. A gente sabe que, por onde ela passa, ela domina em pouco tempo. Eu diria até que a velocidade dela aqui talvez tenha sido um pouco menor porque ela encontrou outra variante de preocupação que estava bem disseminada, a Gamma, situação que não aconteceu em outros países”, disse Richtmann.

Segundo a gestão Doria (PSDB), até o dia 8 de setembro, o estado registrou 1.409 casos da delta e 2.050 casos da gamma. Enquanto foram identificados apenas 3 da beta e 36 da alpha.

Apesar da baixa propensão a casos graves, os dois infectologistas destacam a importância da manutenção dos protocolos. “As pessoas precisam continuar usando máscara e seguindo os protocolos, evitar aglomerações”, afirma Boulos.

Rosana completa que “nós provavelmente teremos um grande número de casos tanto sintomáticos quanto assintomáticos. O segundo caso até me preocupa mais porque ele acaba transmitindo para mais pessoas por não saber que está doente. Então é necessário que as pessoas continuem se protegendo para evitar essa contaminação”.

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O estado de São Paulo passa nos últimos dois dias por um problema de falta de vacinas da AstraZeneca e da Pfizer para aplicação da segunda dose na população. Questionados se esse atraso na recepção da segunda dose pode deixar essa parcela da população vulnerável à variante Delta, os infectologistas explicam que, de certa forma, sim.

“A variante já mostrou muito claramente que uma dose não é o suficiente, então a segunda dose deve ser dada o mais breve possível, dentro da recomendação. O atraso não faz a pessoa perder o efeito da primeira dose, mas permite que ela fique mais suscetível à infecção do que se tomasse a segunda”, explica Boulos.

Rosana ainda destaca que, além das duas primeiras doses, é importante que a dose adicional seja aplicada nos idosos que receberam o imunizante há seis meses. “Já percebemos que essa população é mais vulnerável, que a taxa de proteção da vacina já deve estar menor a esse momento. Então também precisamos aplicar esse reforço rapidamente para que eles não sejam atingidos pela variante delta”.

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Cidades que registraram a delta:

Município Casos confirmados

São Paulo 802

Itapevi 37

Jaguariúna 32

Osasco 26

Praia Grande 24

Franco da Rocha 22

Sorocaba 21

Santos 19

Guarulhos 18

Atibaia 16

São Vicente 14

Ibirarema 13

Ribeirão Preto 13

Taubaté 13

Caraguatatuba 12

Cordeirópolis 12

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