Por

Wellington Prado

Repórter

O reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Paulo Vargas, se manifestou contrário ao desmembramento do Ceunes e a criação da universidade federal em São Mateus. A posição dele foi colocada em pronunciamento na terça-feira.

Ele se manifestou contrário também à criação de uma universidade federal no sul do Estado, com o desmembramento do campus de Alegre, que tem ainda instalações em Jerônimo Monteiro e São José do Calçado.

“Somos favoráveis à criação de novas universidades que ofereçam mais cursos e vagas. Entretanto, reduzir o tamanho da Ufes para se criar uma universidade minúscula e sem infraestrutura adequada não é, definitivamente, uma estratégia promissora para o sul do estado” – afirma o reitor.

Paulo Vargas relata que a posição contrária é também da administração e dos conselhos superiores da Ufes. “A ausência de diálogo com a Universidade afronta o preceito constitucional da autonomia universitária, além de ser incompatível com o estado democrático de direito” – afirma, ressaltando que o mesmo entendimento se aplica tanto para o desmembramento do campus de Alegre como do Ceunes, em São Mateus.

Leia também:   Professores do Ceunes realizam ato de greve em São Mateus nesta quinta-feira

De acordo com o reitor, os conselhos superiores da Universidade constituíram um grupo de trabalho para monitorar a intenção do desmembramento e estabelecer diálogos com diferentes atores da sociedade capixaba e buscar outras ações.

O reitor acredita ainda que o desmembramento “irá rebaixar a eficiência e a qualidade das universidades a serem criadas”. Ele afirmou que não serão herdados todos os sistemas e projetos acadêmicos e administrativos desenvolvidos pela Ufes.

 

NÚMEROS MOSTRAM O CONTRÁRIO

Entretanto, conforme os dados enviados à Reportagem pelo coordenador da comissão que organiza debates no Ceunes sobre o desmembramento, professor Vander Tosta, entre 2012 e 2020, o Ceunes recebeu o menor investimento em obras entre os quatro campi da Ufes.

Ainda de acordo com os números apresentados pelo professor, o campus de Goiabeiras foi o que mais teve investimento em obras durante esse período de oito anos (57), enquanto o campus de São Mateus teve apenas cinco obras. Segundo o professor Vander, os dados foram extraídos do relatório de gestão da Superintendência de Infraestrutura da Ufes.

Leia também:   Professores do Ceunes realizam ato de greve em São Mateus nesta quinta-feira

Outro ponto levantado pelo professor Vander é que o Ceunes recebe 8,9% da verba de custeio da Ufes, embora tenha matriculados o equivalente a 18% do total de estudantes da Universidade Federal.

 

Foto do destaque: Divulgação

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here