Por
Wellington Prado
Repórter
O reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Paulo Sérgio de Paula Vargas constituiu uma comissão em novembro para avaliar a construção de uma nova proposta de abertura de Curso de Medicina no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes).
Presidente da comissão, o professor do Curso de Medicina do campus de Maruípe, em Vitória, Roney Weliton Dias de Oliveira, prevê que a comissão conclua os trabalhos no primeiro trimestre de 2022.
Segundo ele, as primeiras reuniões da comissão foram realizadas de forma online. O primeiro encontro presencial do grupo está marcado para terça-feira (7), no Ceunes, em São Mateus. O objetivo é que os membros conheçam mais detalhadamente a infraestrutura e criem um conceito situacional do Centro Universitário.
Foto: Divulgação
Roney Weliton explica que um dos motivos para o convite dele e do professor Thiago Dias Sarti, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), de Vitória, para integrarem a comissão é pela experiência de ambos na produção de currículos de curso. Os dois integram também a comissão que trabalhou recentemente na reformulação do curso da Ufes, o único de Medicina público no Espírito Santo.
Além de Roney Weliton e Thiago, a comissão é composta pelo diretor do Ceunes Luiz Antonio Fávero Filho, pelas professoras Cathiana do Carmo Dalto Banhos e Heletícia Scabelo Galavote, e pelos representantes da Secretaria Estadual de Saúde, Edilson Moraes Monteiro e Fabiano Ribeiro dos Santos.
POTENCIALIZA A REGIÃO
O professor Roney Weliton disse ter conhecimento de que a demanda do norte do Estado por e um Curso de Medicina no Ceunes é antiga. “Isso é fundamental porque o Curso de Medicina, além de tornar mais universal o acesso da comunidade, tende a potencializar o local onde está instalado”, comenta.
Ele cita como exemplo o caso de Botucatu (SP). Afirma que o desenvolvimento do município gira em torno da Unesp que possui um Curso de Medicina público estadual. “Bauru é uma cidade simples de São Paulo e o desenvolvimento dela gira em torno da USP de Bauru, que é gigante. Então, a universidade pública tem um impacto educacional, mas também forte impacto na economia da região” – reforça.
Proposta será submetida aos conselhos superiores
São Mateus e Vitória – O professor Roney Weliton Dias de Oliveira detalha que a proposta a ser elaborada abrange estudos sobre a estrutura atual do Ceunes, instrumentos necessários para a abertura do Curso de Medicina, quais os apoios existentes, quem se compromete a atuar e qual o investimento necessário da União.
Após a conclusão desses estudos, a proposta será submetida aos conselhos superiores da Ufes. Sendo aprovada, ela será encaminhada para o Ministério da Educação. “O MEC aprovando essa proposta, começa a ter dotação orçamentária para rodar. Começa as adequações, as obras necessárias e assim que andarem o suficiente para o curso começar, faz o primeiro vestibular” – detalha.
DISCUSSÃO ANTIGA
Roney Welinton recorda que a ideia do Curso de Medicina no Ceunes é uma discussão antiga. Ele frisa que não fez parte da construção da proposta anterior que tramitou na Ufes, por isso não tem conhecimento de tudo o que aconteceu para ela não ter avançado.
“Mas eu posso falar que esta proposta aparenta contar com mais apoio interno da Universidade e apoio político no cenário dos parlamentares do Espírito Santo em Brasília”, frisa. O professor destaca também que há um grande apoio da Secretaria Estadual de Saúde na nova proposta.
Ceunes tem boas condições para receber o curso, aponta professor
São Mateus e Vitória – O trabalho da comissão que elabora a proposta de instalação de um Curso de Medicina em São Mateus está no começo, mas o presidente Roney Weliton avalia que o Ceunes reúne boas condições, “até melhores do que no Centro de Ciências da Saúde localizado em Maruípe”.
Inclusive, ele integrou a comissão que elaborou a proposta de reformulação do curso de Vitória. “Na proposta de São Mateus, a ideia é que saia melhor do que Maruípe, porque como é um curso saindo do zero, você não fica amarrado em determinadas coisas. O de Maruípe tem um hospital, o das Clínicas. O de São Mateus pode ter mais de um hospital ligado a ele, não precisa estar preso a uma estrutura hospitalar. Não precisa estar preso a um município só. Ele poderá envolver, e vai, os municípios do norte do Estado” – explica.
O professor avalia que o projeto do Governo do Estado de construção da nova sede do Hospital Roberto Silvares, com estrutura moderna, é outra vantagem que contribui para a instalação do Curso de Medicina no Ceunes. Além disso, o curso ainda estará atrelado a unidades básicas de saúde dos municípios da região.
EXPANSÃO BENEFICIA
Roney Weliton Dias de Oliveira avalia que outra vantagem para o Ceunes em receber um Curso de Medicina é o fato do Centro Universitário ter sido construído com estrutura dimensionada à expansão.
“A área é melhor que a de Maruípe. Para começar é plana. Quase não tem lugar para colocar nada em Maruípe e qualquer construção exige uma obra com estrutura de terraplanagem e de engenharia absurda. No Ceunes isso é mais fácil de trabalhar” – destaca.
Roney Weliton acrescenta que a estrutura existente em São Mateus, que já possui cursos da área de saúde como de Enfermagem e de Farmácia, também é facilitadora. “Tem áreas de laboratório como anatômico, partes de endoscopia, que é compartilhada. Claro que alguns investimentos serão necessários para a ampliação da estrutura, mas já existe uma instalada” – ressalta.
Ele acrescenta, inclusive, que por vezes, o Curso de Enfermagem do Ceunes é mais bem avaliado que o do campus de Vitória.
Foto do destaque: TC digital
