A produção industrial do Espírito Santo foi positiva no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março, na comparação com o mesmo período do ano passado, ela cresceu 1,6% no Estado. O número supera o registrado pela indústria nacional no mesmo período, que recuou 4,5%.

Os dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-PF) foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (10/5) e compilados pelo Observatório da Indústria da Findes.

De acordo com a PIM-PF, no primeiro trimestre de 2022, a indústria capixaba ficou entre os seis dos 15 locais pesquisados que tiveram resultado positivo, tendo o quarto melhor desempenho do país.

A presidente da Findes, Cris Samorini, comemora o salto positivo no acumulado do ano, porém, lembra que ainda há alguns desafios a serem superados. “Entre eles amarras como falta de política pública para a indústria, tributação excessiva, burocracia e Custo Brasil. Esses são temas cruciais para tornarmos nossas indústrias mais competitivas no mercado global”, aponta.

O resultado do primeiro trimestre deste ano foi impulsionado pelo desempenho positivo da indústria de transformação que cresceu 7,5%, tendo destaque a fabricação de alimentos (20,5%), a indústria de papel e celulose (1,9%) e o setor da metalurgia (13%).

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A economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, explica que, no caso dos alimentos e bebidas, houve aumento na produção de bombons e chocolates, massas, refrescos e sucos de frutas e carne bovina.

“Quando olhamos para a indústria de papel e celulose vemos que o setor mundial desses produtos vem passando por um momento de demanda aquecida, sobretudo nos mercados da Europa e da América do Norte, com baixa oferta e problemas logísticos persistentes no escoamento da produção, o que têm elevado o preço da commodity, favorecendo as exportações capixabas”, justifica.

Enquanto isso, o desempenho positivo do setor de metalurgia (13%) do Estado vem na contramão do segmento a nível nacional, que recuou 4,6%. “O que pode explicar essa diferença é o aumento das exportações de produtos semimanufaturados e laminados planos de ferro ou aço pelo Espírito Santo a outros países, em especial para os Estados Unidos, que consiste em um dos maiores parceiros comerciais do Estado”, comenta Marília.

Já a indústria extrativa registrou queda (-10,8%). O resultado negativo se deve a menor produção de petróleo (-20,9%) e gás natural (-33%) no Estado, devido ao amadurecimento dos poços. A queda só não foi mais acentuada pois houve crescimento da produção de pelotas de ferro frente ao primeiro trimestre do ano passado.

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Resultado de março

Na passagem de fevereiro para março, a produção industrial do Espírito Santo registrou queda de 3%, sendo este o segundo resultado negativo consecutivo (-0,4% em fevereiro). Contudo, essas quedas não inviabilizaram o resultado positivo no trimestre.

No Brasil

A produção industrial nacional acumula queda de 4,5% no primeiro trimestre do ano, frente ao mesmo período do ano passado. Tanto a indústria extrativa (-1,7%) quanto a de transformação (-4,8%) recuaram no período.

Já na comparação entre março e o mês anterior, ela variou 0,3%, na série com ajuste sazonal, somando dois resultados positivos consecutivos. A alta no mês de março foi resultado da maior fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%), outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%).

Por Siumara Gonçalves, com informações do Observatório da Indústria da Findes  

Foto do destaque: Miguel Angelo

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