Diante das restrições de circulação de pessoas no Estado, 87% dos pequenos negócios foram afetados com a diminuição do faturamento mensal.
Conforme o Sebrae-ES, 56% dos empreendedores mudaram a forma de funcionamento dos negócios durante a crise e 34% fecharam as portas temporariamente.
Os números são da nova pesquisa do Sebrae, em parceria com a FGV, que analisa o Impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios.
A sondagem mostra ainda que 46% dos empresários passaram a vender produtos e serviços favorecidos pela pandemia para expandir as vendas. A maioria dos entrevistados é dos setores de comércio e serviços.
A pesquisa revela ainda que o impacto no funcionamento ainda é sentido por grande parte dos microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas procurados pela pesquisa: 73% enfrentam o fechamento parcial, enquanto 21% estão em processo de reabertura.
Sobre os protocolos de segurança definidos pelo poder público para funcionamento das atividades, 64% dos empresários têm conhecimento e já implementaram.
Superintendente do Sebrae-ES, Pedro Rigo afirma que a pesquisa retrata as dificuldades que os empreendedores estão enfrentando nessa crise do coronavírus.
“Os pequenos negócios capixabas lutam para se manter de pé, buscam formas alternativas de vendas para garantir os empregos e o sustento de sua própria família.
A grande maioria teve diminuição radical no faturamento e uma boa parcela fechou as portas, sendo que algumas empresas nem devem voltar ao mercado” – frisou.
Ele destaca ainda que “o Sebrae trabalha incessantemente para oferecer alternativas a esses empreendedores, mas ainda assim não está fácil manter os negócios”.
Pedro Rigo analisa que, “para completar a angústia dos empresários das MPEs, os bancos não oferecem o suficiente para atender as reais necessidades do segmento”.
EMPRÉSTIMOS E DÍVIDAS
Dentre os ouvidos na pesquisa do Sebrae-ES, 46% afirmaram que têm dívidas ou empréstimos em atraso e 50% tentaram conseguir um empréstimo desde o início da crise.
A busca por crédito continua a ser um dos maiores obstáculos para os pequenos negócios no Espírito Santo: apenas 21% conseguiram empréstimos, enquanto 26% ainda estão aguardando uma resposta e outros 53% tiveram o crédito negado.
As principais razões citadas pelos empreendedores para não terem conseguido empréstimo foram o CPF negativado ou com restrição (22%), o fato de a empresa estar negativada (18%), e a falta de garantias ou avalistas (16%).
Para auxiliar os empresários que pretendem buscar financiamento junto às instituições financeiras, o Sebrae realiza nos dias 30 e 31 de julho o 2º Encontro de Crédito. Durante os dois dias os interessados se reunirão com as instituições financeiras para conhecerem as opções de crédito disponíveis.
A pesquisa do Sebrae, em parceria com a FGV, entrevistou, no Espírito Santo, 147 MEIs e donos de micro e pequenas empresas, de 25 a 30 de junho.