A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abre consulta pública para a introdução, no Brasil, de um novo teste genômico que pode evitar o encaminhamento de mulheres com câncer de mama em estágio inicial para tratamento de quimioterapia.

A consulta que iniciou agora em outubro, mês em que acontece a campanha Outubro Rosa, fica aberta até dia 21 de novembro.

Os resultados de um programa de experiência clínica (PONDx) do Oncotype DX Breast Recurrence Score, desenvolvido pela fornecedora de exames para rastreamento e diagnóstico de câncer, Exact Sciences, foram apresentados no congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2020.

De acordo com a assessoria da empresa, o estudo, que teve uma parcela realizada no Brasil em pacientes tratadas no Hospital Pérola Byington, revelou que cerca de 69% das pacientes brasileiras, que inicialmente tinham sido recomendadas a receber quimioterapia, receberam terapia hormonal isoladamente.

“Elas foram poupadas de efeitos colaterais, como fadiga, náuseas, perda de cabelo, entre tantos outros, além de grande benefício econômico para o Sistema Público de Saúde (SUS)” – destaca.

“O teste possibilita uma avaliação prognóstica e preditiva das pacientes, ou seja, além de conseguirmos identificar se há a possibilidade de recorrência da doença nos próximos 10 anos, também conseguimos avaliar se o tratamento por quimioterapia é o mais indicado para aquela paciente”, detalha o diretor médico da Exact Sciences para América Latina Sergio Oliveira.

Como destacado no estudo, o teste desenvolvido pela Exact Sciences e comercializado pelo Grupo Fleury no Brasil, demonstra uma mudança de prática no uso de quimioterapia e evita o excesso de sobretratamento.

“Além de conseguirmos identificar quais pacientes de fato se beneficiarão da quimioterapia, observamos também um melhor uso dos recursos de saúde” – comenta o médico.

 

 

PRINCIPAIS RESULTADOS

Segundo os dados da Exact Sciences, das 155 pacientes tratadas no Brasil entre agosto de 2018 e abril de 2019, 70% foram classificadas como portadoras de doença de alto risco com base em parâmetros clínicos tradicionais, e a maioria apresentava tumores maiores que 2 cm. 151 das 155 pacientes (97%) foram inicialmente recomendadas a receber quimioterapia, além de terapia hormonal com base em características clínicas e patológicas.

Com base nos resultados Recurrence Score, 104 das 151 pacientes (69%) foram poupadas da quimioterapia e receberam terapia hormonal isoladamente. Os resultados deste hospital público demonstram que as características clínico-patológicas não identificaram adequadamente as pacientes mais propensas a se beneficiar da quimioterapia. Os testes levaram também a benefícios econômicos e economia potencial, sugerindo que o teste Oncotype DX deve ser incorporado ao sistema público de saúde brasileiro.

“Estes resultados estão em concordância com os achados do estudo TAILORx, o maior estudo já realizado em câncer de mama no mundo, o qual incluiu 10.273 pacientes e avaliou de maneira prospectiva e randomizada a eficácia da quimioterapia em combinação com a terapia hormonal versus a terapia hormonal isolada. Num grupo de 6.711 pacientes foi demonstrado que a terapia hormonal isolada não foi inferior à quimioterapia em combinação com a hormonioterapia. Neste estudo, cerca de 85% das mulheres acima de 50 anos foram poupadas da quimioterapia e no grupo de pacientes com 50 anos ou menos, se identificou um subgrupo de pacientes que se beneficia da quimioterapia (resultados Recurrence Score de 16 a 25)” – complementa a Exact Sciences.

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