A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) avaliam a política de industrialização “Nova Indústria Brasil” como um marco para o setor e para o país. As ações, que serão implementadas nos próximos dez anos, foram apresentadas, nesta segunda-feira (22), pelo governo federal em reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, em Brasília.

O vice-presidente da CNI e presidente do Conselho de Política Industrial (Copin), Léo de Castro, foi o representante da entidade na cerimônia. Em seu discurso, ressaltou a importância de contar com o setor público no processo de retomada da indústria brasileira e reafirmou o compromisso da Confederação com a agenda.

“Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização”, disse.

“A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes. É preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maiores e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem”, completou.

Foto: Divulgação

Para a presidente da Findes, Cris Samorini, com o plano “Nova Indústria Brasil”, o Espírito Santo terá ainda mais potencial para atrair investimentos, gerar negócios e desenvolvimento socioeconômico para o Estado. “Entre os segmentos que o plano contempla e que tem grande potencial de contribuir com o desenvolvimento do Espírito Santo estão a atualização do parque industrial, a inovação e a tecnologia, a mobilidade verde (mobilidade e logística sustentável de baixo carbono) e a exportação”, disse.

A industrial lembrou ainda que o Espírito Santo é o segundo estado mais industrializado do Brasil, com 38,4% de participação do setor no PIB capixaba. “Isso demonstra a importância que uma política industrial pode ter para o nosso Estado, que a partir do plano “Nova Indústria Brasil” terá mais condições para agregar valor à cadeia produtiva, estimulando a indústria de transformação”, afirmou.

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O diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, também avaliou a nova política industrial como muito positiva. Para ele, o conjunto de programas inseridos nas missões de política industrial tem potencial para permitir que o Brasil aproveite as oportunidades trazidas pela necessária descarbonização da economia, permitindo que o setor industrial brasileiro lidere o processo de desenvolvimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades.

“Nós vemos no mundo hoje uma grande janela de oportunidade para a descarbonização das cadeias produtivas brasileiras em torno da indústria verde, num contexto em que o Brasil apresenta diversas oportunidades. Temos vantagens para avançar nas atividades econômicas que mais agregam valor, como as economias desenvolvidas têm feito por meio de políticas industriais modernas”, afirmou.

 

Nova política industrial marca parceria entre governo e setor privado

O evento de lançamento do “Nova Indústria Brasil” contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; além de representantes do setor privado e de ministros integrantes do CNDI.

“Com essa reunião podemos dizer que finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça uma política industrial, em uma parceria entre iniciativa privada e poder público”, disse o presidente Lula.

Alckmin apresentou as principais diretrizes da “Nova Indústria Brasil” e reforçou a importância deste momento para o país. Reafirmou, ainda, o compromisso do governo para tornar o Brasil mais competitivo e inovador. “Esta política representa uma visão de futuro, uma declaração de confiança em nossa capacidade de competir e liderar áreas estratégicas diante do mundo”, afirmou.

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De acordo com o governo federal, serão R$ 300 bilhões para financiamentos destinados ao plano até 2026. Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, de diferentes fontes de recursos e redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil.

Nos moldes do Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo no ano passado, a Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os trabalhos até 2033. Foram definidas áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações que envolvem a união dos integrantes do CNDI, tanto governo como setor produtivo nacional.

Conheça as seis missões anunciadas pelo CNDI

Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética

Para alcançar as metas dessa missão, algumas das prioridades são a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, e a ampliação e a otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis.

Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde

A meta é ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros, contribuindo para o fortalecimento do SUS e a melhoria do acesso da população à saúde.

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Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades 

Uma das propostas é ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Para se ter uma ideia, hoje representa 59% da cadeia de ônibus elétricos.

Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade

Para que 90% do total das empresas industriais brasileiras (hoje são 23,5%) sejam digitalizadas e a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias seja triplicada, é preciso investir na indústria 4.0, no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros.

Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para futuras gerações

Um dos objetivos para a transformação ecológica na indústria é aumentar o uso da biodiversidade pela indústria e, ainda, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que tem 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido.

Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais 

A meta é conseguir autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para fortalecer a soberania nacional. Assim, a prioridade será para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.

 

Por Agência de Notícias da Indústria com informações da Findes

Foto do destaque: Divulgação
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