SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Neta de uma idosa que teve a imagem usada por bolsonaristas em uma falsa notícia de morte em detenção da Polícia Federal, Juliana Cuchi Oliveira disse que o caso é “uma fake news porca, nojenta” e pediu que as pessoas denunciem as publicações. Na verdade, Deolinda Tempesta Ferracini morreu há três meses, com 80 anos, e a família está sendo alvo de pedidos de “provas” de que a idosa faleceu por parte de quem acreditou na mentira propagada.

“Estão pegando a foto da minha avó e falando fake news. Falando que ela morreu em um campo de concentração, coisas de política. (…) Por favor, se vocês virem, apenas denunciem. Eu estou muito chateada, muito mesmo. O banco de imagens da foto da minha avó não dá direito ao uso indevido. Já lutamos uma vez contra isso. (…) Agora, de novo”, disse Juliana.

“Estou denunciando tudo que estou vendo. E é isso, gente. Muito obrigado pela ajuda. Hoje faz três meses que ela morreu, e isso é muito triste”, afirmou Juliana.
A imagem da idosa foi retirada de um banco de imagens do fotógrafo Edu Carvalho, de Campinas (SP), marido de Juliana. A idosa faleceu após ficar alguns dias internada na UTI de um hospital de Vinhedo (SP), onde morava.

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Nas mensagens divulgadas, bolsonaristas diziam que a idosa teria morrido após ser presa no acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. O boato foi desmentido ainda na noite desta segunda-feira (9), pela própria Polícia Federal.

“Estamos tentando avisar as pessoas, mas muitas desacreditam e ainda pedem para provar! Isso dói muito. Só vai saber quem sentir na pele um dia. Que isso acabe logo”, disse a neta de dona Deolinda.

A mentira foi compartilhada por pelo menos quatro deputados federais bolsonaristas: Bia Kicis (PL-DF), Sóstenes Cavalcante (PL-RF), Osmar Terra (MDB-RS) e André Fernandes (PL), o deputado cearense mais votado em 2022.

ACAMPAMENTO GOLPISTA DETIDO

Cerca de 1,5 mil bolsonaristas que invadiram a sede dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (8) já foram detidos. Segundo decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), os participantes podem ser enquadrados nos crimes de atos terroristas, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

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Foto do destaque: Divulgação

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