Um laudo feito para o processo que corre na 12ª Vara Federal Cível e Agrária da Seção Judiciária de Minas Gerais aponta que não é seguro consumir peixe do Rio Doce no Espírito Santo. A 12ª Vara Federal é a que cuida da reparação e compensação dos danos advindos do desastre ambiental da Samarco em Mariana (MG).

De acordo com o laudo, no Espírito Santo foram analisados dados e amostras dos municípios de São Mateus, Linhares e Aracruz, na faixa litorânea, e também em Linhares, Colatina, Marilândia e Baixo Guandu, municípios banhados pelo Rio Doce.

O laudo da perícia judicial analisa a qualidade dos peixes após o despejo dos rejeitos de minério ocorrido em m2015 e aponta que os animais estão contaminados com metais pesados e que não é seguro o consumo, tanto do rio quanto do mar, nos municípios citados.

Segundo o laudo, os peixes estão contaminados, principalmente, com mercúrio, metilmercúrio, arsênio inorgânico e as bifenilas policloradas (PCB). Especialistas apontam que esses metais representam alto risco para a saúde humana. Ainda de acordo com o laudo, as quantidades dos metais presentes nos peixes são maiores do que o limite permitido de acordo com a legislação brasileira ou europeia

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A perícia judicial aponta também que os metais têm relação com os rejeitos advindos do desastre ambiental de Mariana (MG), e que “não é seguro consumir os pescados da região devido aos perigos crônicos e agudos que podem tornar os alimentos prejudiciais à saúde do consumidor”, como problemas dermatológicos, multinacionais, neurológicos e até risco de câncer. Outra preocupação é com mulheres grávidas, que podem ter problemas gestacionais, como a má formação do feto.

Na semana passada, preocupado com os impactos dos prejuízos registrados em São Mateus originados dos resíduos que vazaram de barragens da mineradora Samarco, o vereador Adeci de Sena apresentou imagens chocantes de peixes com suspeitas de mutação genética em águas litorâneas no Município.
Foto: Divulgação

No entanto, segundo o laudo, não há comprovação de contaminação ou início de toxidade na população observada, porém, o documento afirma que “quanto mais frequente estes níveis forem excedidos, maior a probabilidade de ocorrência de alguma manifestação tóxica”.

 

SÃO MATEUS

Na semana passada, preocupado com os impactos dos prejuízos registrados em São Mateus originados dos resíduos que vazaram de barragens da mineradora Samarco, o vereador Adeci de Sena conclamou uma força-tarefa para buscar a reparação coletiva desses danos.

Na sessão legislativa do dia 16, ele apresentou imagens chocantes de peixes com suspeitas de mutação genética em águas litorâneas de São Mateus. Também apresentou imagens de ferimentos na pele de ribeirinhos que moram no Distrito de Nativo de Barra Nova.

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O presidente da Câmara, vereador Paulo Fundão, afirmou ter recebido um estudo feito pela Secretaria Municipal de Saúde que indica prejuízos coletivos que podem chegar a R$ 1 bilhão em São Mateus.

O relato de Adeci faz parte de um levantamento que preparou para ser apresentado durante a Audiência Regional do Tribunal Popular das Regiões Sul e Sudeste, realizada nos 18, 19 e 20, em Jacaraípe, na Serra.

 

RENOVA

Em resposta à Rede TC de Comunicações, a Fundação Renova afirmou que “não se manifestará acerca do conteúdo e da conclusão do laudo sobre o pescado, pois o referido tema se encontra judicializado”.

 

Foto do destaque: Divulgação

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