O jornalismo brasileiro foi pego de surpresa na manhã de ontem com a notícia da morte da jornalista Glória Maria, de 73 anos. Glória fez história na tv. A jornalista foi diagnosticada com câncer de pulmão há quatro anos, o que pode ter agravado o estado de saúde da profissional nos últimos dias, conforme destaca o neurocientista brasileiro Fabiano de Abreu Agrela.

“Falando nas tão citadas metástases, que são células cancerígenas que se espalham por outros órgãos”, o pós PhD lembra que esse tipo de câncer é um dos que mais podem se espalhar pelo corpo até atingir o cérebro.

“O câncer de pulmão é um dos cânceres com maior probabilidade de se espalhar para o cérebro. Aproximadamente 10% dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) têm metástases cerebrais no diagnóstico inicial e até 40% acabarão desenvolvendo tumores cerebrais durante a doença” – comenta.

“Diferente do câncer cerebral, que se origina no cérebro e consiste em células cancerígenas cerebrais, as metástases cerebrais do câncer de pulmão ocorrem quando as células cancerígenas se desprendem do tumor nos pulmões e entram na corrente sanguínea ou viajam pelo sistema linfático até o cérebro, onde se multiplicam” – explica.

Glória Maria faleceu hoje aos 73 anos.
***ARQUIVO***RIO DE JANEIRO, RJ, 03.04.2018 – Retrato da jornalista Glória Maria no Rio de Janeiro. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress)

Segundo o especialista, à medida que os tumores cerebrais metastáticos crescem, eles podem danificar diretamente as células ou afetar o cérebro indiretamente, comprimindo partes dele ou causando inchaço e aumento da pressão dentro do crânio. Os primeiros sinais de alerta podem ser sutis e facilmente atribuídos a outras causas, incluindo quimioterapia.

Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. Em uma entrevista, ela contou que aprendeu inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola. Ela deixa duas filhas.

ES tem estimativa de 13,4 mil novos casos de câncer em 2023

 

Vitória – Amanhã acontece o Dia Mundial do Câncer. A data tem como objetivo ampliar a conscientização sobre a doença e é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com estimativas divulgadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Espírito Santo poderá alcançar 13.410 novos diagnósticos de câncer em 2023.

A Secretaria Estadual da Saúde alerta que difundir para a população informações sobre os fatores de riscos, as formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce se faz essencial como forma de prevenção, detecção e redução de novos casos.

“Fatores externos, internos e os hábitos de vida das pessoas podem influenciar no diagnóstico. Fatores como herança genética, raça/cor, exposição solar e/ou à poluição, tabagismo, consumo de álcool, obesidade e a falta da atividade física podem influenciar no surgimento não somente do câncer, mas de outras doenças não transmissíveis, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, doença renal crônica, entre outras” – frisa a Sesa.

O neurocientista Fabiano de Abreu aponta que, à medida que os tumores cerebrais metastáticos crescem, eles podem danificar diretamente as células ou afetar o cérebro indiretamente.
Foto: Divulgação

“Desta forma, é fundamental que a população como um todo seja conscientizada da importância de levar uma vida mais saudável, com alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, boa noite de sono, em especial aqueles que já têm algum fator de risco – complementa.

 

Dados de câncer no Espírito Santo

 

Vitória – De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é de que o Espírito Santo poderá registrar mais de 13 mil novos diagnósticos de câncer em 2023.

Em 2022, segundo dados do Painel Oncologia do DataSUS ainda preliminares –os dados poderão ser atualizados até o primeiro semestre de 2023–, o Estado apresentou 12.101 novos casos de câncer, sendo 7.416 em mulheres e 4.685 em homens. Entre os casos mais comuns diagnosticados foram de mama, próstata, cólon e reto, e traqueia, brônquio e pulmão.

Em relação aos óbitos, as neoplasias (câncer) foram a segunda principal causa de morte no Espírito Santo em 2022, com 4.359 óbitos, ficando atrás apenas de doenças do aparelho circulatório. Os dados, ainda preliminares, são do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM).

Entre os tipos de câncer mais agressivos estão brônquios e dos pulmões (454 óbitos), mama (339 óbitos), próstata (300 óbitos), estômago (251 óbitos) e cólon e esôfago (ambos com 251 óbitos).

 

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

 

Vitória – A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o acompanhamento contínuo da APS às famílias possibilita a identificação dos primeiros sinais e sintomas, auxiliando no diagnóstico precoce não só do câncer, mas de outras doenças como diabetes e hipertensão arterial.

“A exemplo, é na Atenção Primária que podem ser diagnosticadas as neoplasias mais incidentes na população feminina, como o câncer de mama e o câncer de colo de útero” – frisa a Sesa.

A Secretaria detalha que, no Espírito Santo, após o diagnóstico realizado, o cidadão é direcionado conforme a região de saúde de residência para iniciar o tratamento. As referências hospitalares podem ser consultadas de acordo com a Nova Perfilização Regionalizada da Secretaria da Saúde (Sesa), que seguiu o planejamento do território de acordo com a linha de cuidado da oncologia.

Segundo dados preliminares do Painel Oncologia, em 2022, cerca de 3.900 pessoas realizaram tratamento contra o câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo.

 

 

Foto do destaque: Ricardo Borges/Folhapress

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