MARCELO ROCHA E CAMILA MATTOSO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a Polícia Federal a acessar informações de uma investigação do Facebook sobre perfis nas redes sociais ligados ao PSL e a gabinetes da família Bolsonaro.

Essa apuração resultou na remoção de uma série de contas.

A decisão de Moraes é da semana passada e, a partir dela, os dados reunidos pela empresa poderão ser utilizados em dois inquéritos, o das fake news e da dos atos antidemocráticos.

Ambos relatadas pelo ministro, as investigações correm sob sigilo no Supremo.

A PF pediu o acesso às informações do Facebook após a exclusão das contas inautênticas, conforme antecipou a Folha de S.Paulo.

Os investigadores querem ter acesso a todos os dados da apuração privada realizada pela empresa. A pesquisa da rede social ligou um assessor do Planalto, Tércio Arnaud Tomaz, a ataques contra opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A polícia argumentara no pedido, assinado pela delegada Denisse Dias Ribeiro, que a determinação à rede social deveria ocorrer de maneira urgente, para que as pessoas envolvidas com as contas removidas não tenham tempo de se desfazer dos dados.

Leia também:   Incertezas em momentos de desastre favorecem desinformação

Levantamento do Laboratório Forense Digital do Atlantic Council em parceria com o Facebook apontou a ligação direta de Tomaz, assessor especial de Bolsonaro, com um esquema de contas falsas nas redes sociais.

Tomaz é apontado como responsável por parte dos ataques a opositores do presidente da República, como ao ex-ministro Sergio Moro na sua saída do governo e a integrantes de outros Poderes, e por difundir desinformação em temas como a Covid-19.

Mais recentemente, as contas atacaram o STF e o Congresso Nacional.

“Os dados mostram uma rede conectada a Bolsonaro e aliados dele, usando funcionários do governo e de deputados, dedicada a manipular informação e criar narrativas, com ataques a opositores”, diz Luiza Bandeira, pesquisadora do Digital Forensic Research Lab do Atlantic Council e uma das autoras do levantamento.

Além de Tomaz, cinco ex e atuais assessores de legisladores bolsonaristas, entre eles um funcionário do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), foram identificados como conectados à operação de desinformação no Facebook e no Instagram.

O levantamento teve acesso a nomes e identidades das pessoas que registraram as contas falsas. Muitos dos posts eram feitos no horário de expediente.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here